Suspeitos por ataque a ex-presidente das Maldivas são presos, diz polícia

Mohamed Nasheed está em estado grave após ataque a bomba em Malé; polícia ligou explosão a 'extremismo religioso'

A polícia das Ilhas Maldivas anunciou neste domingo (9) que prendeu três dos quatro suspeitos de orquestrar um atentado contra o ex-presidente do país, Mohamed Nasheed, na última quinta-feira, na capital Malé. O político, que agora ocupa a presidência do Parlamento, está em estado grave.

Um comunicado enviado à Associated Press atribuiu o ataque a “extremistas islâmicos”, mas não apontou um grupo responsável. Câmeras de videomonitoramento flagraram os suspeitos detonando a bomba no momento da saída de Nasheed de um pequeno restaurante. O quarto suspeito continua foragido.

O suposto líder da operação teria entrado em uma mesquita e encontrado um cúmplice em um parque público pouco depois da explosão. Agentes o capturaram em sua residência na ilha de Hulhumale, a poucos quilômetros da capital.

Suspeitos por ataque a ex-presidente das Maldivas são presos, diz polícia
O ex-presidente das Maldivas, Mohamed Nasheed, em pronunciamento em Malé, julho de 2009 (Foto: Divulgação/Presidency Maldives)

Nasheed, 53, sofreu ferimentos graves depois que estilhaços da explosão danificaram seus intestinos, fígado e pulmão. Autoridades médicas confirmaram à France24 que o ex-presidente quebrou uma costela. O osso ficou a menos de um centímetro do coração.

Os dois guarda-costas de Nasheed também estão feridos, além de dois pedestres que passavam pelo local – incluindo um cidadão britânico. Segundo a política, a explosão ocorreu através de um dispositivo caseiro acoplado em uma motocicleta estacionada perto do carro do ex-presidente.

Maldivas islâmica

O primeiro presidente eleito por vias democráticas nas Maldivas, Nasheed governou o país de 2008 e 2012, quando renunciou em meio a protestos. O político perdeu as eleições seguintes e tornou-se inelegível para a disputa de 2018 após uma sentença de prisão.

No Parlamento, é conhecido por criticar o extremismo religioso e já foi criticado por clérigos linha-dura por sua proximidade com “políticas liberais” do Ocidente. Nas Maldivas, predomina a religião muçulmana sunita e o governo proíbe a prática de outras doutrinas.

O país asiático, de 530 mil habitantes, também têm um dos maiores números de militantes que lutaram na Síria e Iraque ao lado do Estado Islâmico per capita. Apesar de nenhum grupo ter assumido a responsabilidade pelo ataque a Nasheed, a imprensa local Wion alertou para uma escalada da militância extremista no país.

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