A China e o Irã estão elaborando uma parceria econômica e militar, que abre caminho para bilhões de dólares de investimento chinês em energia, telecomunicações e outros setores no país persa.
Segundo o jornal norte-americano The New York Times, os investimentos chineses no Irã totalizariam US$ 400 bilhões em 25 anos.
Em troca, a China receberia um fornecimento regular de petróleo iraniano pelo mesmo quarto de século. Um funcionário iraniano ouvido pela reportagem informou também que os chineses seriam beneficiados com grandes descontos.
As parcerias entre os dois países desafiam sanções impostas governo norte-americano. O objetivo dos EUA é isolar o governo iraniano por conta de suas ambições nucleares e militares. O imbróglio entre os dois países se arrasta desde a revolução islâmica, em 1979, ainda no governo de Jimmy Carter.
Desde o início da leva mais recente de sanções, já no governo de Donald Trump, o Irã tem visto sua exportação de petróleo cair. Já a China recebe cerca de 75% do seu petróleo do exterior e é o maior importador mundial.
Segurança
A parceria entre China e Irã também aprofunda a cooperação militar. Seria oferecida aos chineses uma base no Estreito de Ormuz, entre o Irã e os Emirados Árabes Unidos. O local tem altíssimo valor estratégico.
O acordo propõe treinamento, exercícios e pesquisa conjuntas, além de desenvolvimento de armas e compartilhamento de inteligência.
A proposta, incialmente apresentada pelo presidente Xi Jinping em 2016, foi aprovada pelo gabinete do presidente iraniano, Hassan Rouhani, em junho deste ano. Ainda é preciso passar o texto pelo parlamento do Irã.
Nenhum dos dois governos ainda tornou público o conteúdo total das parcerias com potencial de criar novas tensões na já deteriorada relação entre a China e os Estados Unidos.
As parcerias devem estimular novas ações punitivas de Washington contra empresas chinesas. Além disso, a expansão militar é vista com alarme pelos EUA.
Dentro do Irã, também há quem veja os acordos com desconfiança, apontando que o governo está “vendendo” secretamente o país à China em um momento de fraqueza econômica e isolamento internacional.