As câmeras registraram o momento em que o presidente sérvio, Aleksander Vucic, percebe que acaba de se comprometer a mudar a sua embaixada para Jerusalém até julho de 2021.
Em encontro na sexta (4) com o governo do Kosovo, mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o mandatário se deu conta da exigência apenas após a assinatura do documento.
Pelo documento, Sérvia e Kosovo concordaram em estabelecer relações diplomáticas com Israel. Até a abertura da embaixada, os sérvios criarão um escritório de representação, registrou o jornal israelense “Haaretz”.
Ainda que não seja parte da UE (União Europeia), a Sérvia seria o primeiro país europeu a abrir embaixada em Jerusalém – se o governo prosseguir com a promessa. Os EUA presidiram as negociações, assim como na normalização das relações entre Israel e os Emirados Árabes.
A Sérvia já havia acusado o governo norte-americano de, discretamente, incluir uma cláusula de reconhecimento mútuo entre os dois países, rejeitada de forma imediata por Vucic e os representantes de Belgrado.
Questão kosovar
O primeiro-ministro de Kosovo, Avdullah Hoti, também concordou em abrir uma embaixada em Jerusalém, segundo anúncio do presidente norte-americano Donald Trump.
A tentativa de estabelecer qualquer relação – diplomática ou econômica – com Kosovo se desenrola há anos em Israel, sem sucesso. Tel Aviv ainda não reconheceu a independência do país dos Bálcãs, que se separou da Sérvia de forma unilateral em 2008.
Em seu pronunciamento, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Kosovo é o primeiro país com maioria muçulmana a aderir ao movimento. “O círculo de paz e reconhecimento de Israel está se ampliando e outras nações devem se juntar a ele”, disse Netanyahu.
Com a ampliação das negociações ancorada pelos Estados Unidos, a comunidade palestina teme perder mais território.
Outros países, como o Catar, já anunciaram que a solução de um Estado palestino é essencial para a continuidade das negociações.
A Arábia Saudita, que na última semana permitiu voos israelenses em seu espaço aéreo, em público também insiste na questão. “As posições do Reino em relação a causa e ao povo palestino são fixas e firmes”, disse Faisal bin Farhan, ministro das Relações Exteriores saudita.