Belarus cogita pena de morte contra funcionários do governo e militares ‘traidores’

A ex-república soviética é o único país europeu que mantém a pena capital

Belarus quer condenar à morte funcionários do governo e militares que cometerem “alta traição” contra o Estado. Na quarta-feira (7), parlamentares aprovaram um projeto de lei que introduz a pena capital, sob a justificativa de que a medida irá “prevenir” eventuais ações de “elementos destrutivos” no país, segundo detalhou a assessoria de imprensa do Legislativo local. As informações são do site Politico.

A alteração na legislação belarussa ocorre em um momento de aumento do temor de que o presidente Alexander Lukashenko, considerado “o último ditador da Europa” e um aliado de primeira ordem do Kremlin, engrosse as fileiras de Moscou no front na Ucrânia, enviando tropas para o país vizinho.

Segundo o Parlamento, a medida também é necessária “para demonstrar uma luta determinada contra a traição”. O projeto de lei ainda precisa passar pela aprovação da câmara alta e ser sancionado por Lukashenko.

Alexander Lukashenko, presidente de Belarus, em reunião com a cúpula militar local (Foto: reprodução/eng.belta.by)

A ex-república soviética é o único país europeu que mantém a pena de morte. Atualmente, ela é usada em casos de homicídio qualificado ou ato terrorista.

Há também uma segunda mudança legislativa, planejada para introduzir penas de prisão para aqueles que “desacreditam” o exército belarusso, medida claramente inspirada em nova nova lei vigente na Rússia desde que Moscou deu início à assim chamada “operação militar especial”.

“Não vamos tolerar aqueles que desacreditam e mentem sobre pessoas uniformizadas que agora estão defendendo a nós e nossa pátria. A responsabilidade será dura e inevitável”, disse o legislador Oleg Gaydukevich, segundo o parlamento.

Na manhã de quarta-feira, o comando militar ucraniano disse que há “descontentamento crescente” entre os militares belarussos sobre a possibilidade de o país se juntar à guerra contra Kiev.

Desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, Lukashenko permitiu que o presidente russo, Vladimir Putin, usasse Belarus como palco para a invasão russa. Nesse período, a Rússia lançou vários ataques aéreos do território belarusso à Ucrânia. 

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