Vídeo mostra russo jogando coquetel molotov contra paredes do Kremlin

Filmagem que viralizou no TikTok parece mostrar o momento logo após o manifestante tentar lançar a bomba caseira sobre o muro da sede do governo

Um vídeo que parece mostrar um russo jogando um coquetel molotov contra as paredes do Kremlin viralizou nas redes sociais. As informações são do jornal britânico Daily Mail.

Com a legenda “Moscou, Kremlin”, as imagens compartilhadas no TikTok mostram um homem, que não foi identificado, gesticulando com aparente raiva diante das paredes vermelhas da sede do governo russo, enquanto olha para as chamas na alvenaria. Até esta quarta-feira (23) já eram mais de 250 mil visualizações.

Gravadas por alguém a bordo de um carro em movimento, as imagens sugerem que o manifestante havia tentado lançar o explosivo sobre os muros do Kremlin, um complexo histórico fortificado no coração de Moscou que serve como residência oficial do presidente Vladimir Putin.

Russo joga coquetel molotov no Kremlin (Foto: captura de tela/Reprodução TikTok)

Diversas pessoas elogiaram o gesto do manifestante anônimo em comentários nas redes sociais. Outras expressaram preocupação com seu provável destino, caso seja pego pelas forças russas.

“Precisamos de vários milhares deles!”, escreveu um usuário do aplicativo. “O cara provavelmente nunca mais verá a luz no final de uma mina na Sibéria”, emendou outro.

O ato ocorre em meio a uma atmosfera de repressão na Rússia, com mais de 15 mil pessoas pessoas presas por participarem de manifestações contra a invasão ao país vizinho, de acordo com o órgão independente de direitos humanos OVD-Info.

Rússia tem uma legislação severa para o controle das manifestações, que costumam culminar em intensa ação policial. Os detidos têm que pagar multas que vão de dois mil (cerca de R$ 88) a 300 mil rublos (R$ 13,3 mil) e prisão por até 30 dias.

Após a entrada em vigor de uma decisão judicial sobre infrações ao Código de Contraordenações, que regulamenta as ações públicas destinadas a quem “desacredita o uso das Forças Armadas”, se uma pessoa violar novamente o artigo do Código de Ofensas Administrativas no período de um ano, um processo criminal pode ser iniciado.

Por que isso importa?

A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão russa ao país vizinho no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em 2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até hoje.

O conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação militar especial”.

“Tomei a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro, de acordo com o site independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.

Desde o início da ofensiva, as forças da Rússia caminham para tentar dominar Kiev, que tem sido alvo de constantes bombardeios. O governo da Ucrânia e as nações ocidentais acusam Moscou de atacar inclusive alvos civis, como hospitais e escolas, o que pode ser caracterizado como crime de guerra ou contra a humanidade.

Fora do campo de batalha, o cenário é desfavorável à Rússia, que tem sido alvo de todo tipo de sanções. Além das esperadas punições financeiras impostas pelas principais potencias globais, que já começaram a sufocar a economia russa, o país tem se tornado um pária global. Representantes russos têm sido proibidos de participar de grandes eventos em setores como esporte, cinema e música.

De acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, as punições tendem a aumentar o isolamento da Rússia no mundo. “Ele não tem ideia do que está por vir”, disse o líder norte-americano, referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin. “Putin está agora mais isolado do mundo do que jamais esteve”.

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