Kim Jong-un envia oficial de confiança à Rússia conforme tropas se preparam para a guerra

Pentágono Otan confirma que cerca de dez mil norte-coreanos estão na russa região de Kursk, invadida pelas forças de Kiev em agosto

As tropas da Coreia do Norte parecem cada vez mais próximas de entrar efetivamente na guerra da Ucrânia. A presença delas no território russo foi confirmada nos últimos dias pela Otan (Organização do tratado do Atlântico Norte), e o líder norte-coreano Kim Jong-un enviou uma autoridade de sua confiança para supervisionar os combatentes. O Pentágono, Departamento de Defesa dos EUA, afirma que cerca de dez mil homens foram enviados por Pyongyang.

De acordo com a rede Radio Free Asia (RFA), Kim Yong-bok, vice-chefe do Estado-Maior do Exército Popular Coreano, é o encarregado de acompanhar os soldados na Rússia. Outros oficiais foram igualmente enviados para supervisionar as tropas, reduzindo assim um fardo que acabaria por recair sobre os próprios russos.

Na segunda-feira (28), o Pentágono afirmou que já são dez mil os soldados da Coreia do Norte destacados para a guerra, conforme relato da agência Associated Press (AP). A porta-voz Sabrina Singh declarou que alguns deles inclusive já foram encaminhados à região de Kursk, invadida pela Ucrânia em agosto.

Encontro entre Kim Jong-un e Vladimir Putin em Pyongyang, junho de 2024 (Foto: kremlin.ru)

“Se vemos tropas da RPDC (República Democrática Popular da Coreia, nome oficial do país) se movendo em direção às linhas de frente, elas são cobeligerantes na guerra”, disse Singh. “Este é um cálculo que a Coreia do Norte tem que fazer.”

O chefe da Otan, Mark Rutte, seguiu pelo mesmo caminho e confirmou que parte dos combatentes cedidos por Pyongyang está em Kursk. De acordo com a inteligência militar de Kiev, os norte-coreanos são encarregado de operações de alto risco e da defesa do território russo ante às operações ucranianas.

“Posso confirmar que tropas norte-coreanas foram enviadas para a Rússia e que unidades militares norte-coreanas foram enviadas para a região de Kursk”, disse Rutte depois uma reunião com um alto funcionário do serviço de inteligência da Coreia do Sul, segundo o site Politico.

Rutte disse ainda que a necessidade de receber tropas aliadas é “um sinal do crescente desespero de Putin”. Paralelamente, avaliou o movimento como “uma escalada significativa no envolvimento contínuo da RPDC na guerra ilegal da Rússia” e “uma expansão perigosa da guerra da Rússia”.

Ao justificar suas afirmações, o chefe da aliança citou os dados fornecidos por Kiev de baixas inimigas. “Mais de 600 mil soldados russos foram mortos ou feridos na guerra de Putin, e ele é incapaz de sustentar seu ataque na Ucrânia sem apoio estrangeiro”, disse o chefe da aliança. “Isso ocorre porque os ucranianos estão revidando com coragem, resiliência e engenhosidade.”

Segundo número divulgados pela Ucrânia periodicamente, 690.720 soldados russos foram mortos ou feridos durante a guerra. Os números, entretanto, carecem de verificação independente e não são confirmados por Moscou, que não divulga as baixas entre suas tropas.

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