Chinês é preso nos EUA por ajudar a Coreia do Norte a planejar ataque surpresa contra o Sul

Homem admitiu enviar equipamento militare ao regime norte-coreano, que planejava disfarçar soldados para ação contra Seul

Um homem residente na Califórnia confessou ter ajudado o regime da Coreia do Norte a adquirir armas e tecnologias militares restritas em um esquema sofisticado, afirmaram procuradores federais na terça-feira (3). Shenghua Wen, um cidadão chinês que vivia ilegalmente nos EUA, foi preso sob a acusação de colaborar com autoridades norte-coreanas desde 2012. As informações são da rede CNN.

Wen teria entrado nos EUA como estudante, mas permaneceu no país após o vencimento do visto. De acordo com documentos judiciais, ele afirmou acreditar que o governo norte-coreano usaria as armas, munições e outros equipamentos militares em um ataque contra a Coreia do Sul. Wen teria recebido US$ 2 milhões para cumprir as ordens de Pyongyang.

Campanha de alistamento militar na Coreia do Norte, outubro de 2024 (Foto: KCNA/divulgação)

Entre as exigências feitas a Wen, o regime norte-coreano também pediu uniformes militares americanos que seriam usados para disfarçar soldados norte-coreanos no ataque surpresa, conforme detalha a denúncia apresentada pelo Departamento de Justiça dos EUA.

Para facilitar o esquema, Wen criou uma empresa de exportação no Texas, onde adquiriu armas e munições que, segundo os procuradores, foram transportadas para a área de Los Angeles. A carga era então enviada para a Coreia do Norte em contêineres com documentos falsificados. A última remessa teria ocorrido em 2023.

Na casa de Wen, agentes do FBI apreenderam 50 mil cartuchos de munição, equipamentos sofisticados para detecção química e dispositivos para identificar escutas, que ele planejava enviar ao regime comunista. Além disso, mensagens no celular de Wen incluíam imagens de armas e dispositivos eletrônicos compartilhados com colaboradores norte-coreanos.

“As consequências dessas ações não podem ser subestimadas quando tecnologia e itens sensíveis caem nas mãos erradas, especialmente de nações hostis”, alertou Shawn Gibson, agente especial de Investigações de Segurança Nacional.

O procurador Martin Estrada destacou a gravidade do caso: “Não há como medir o dano adicional que o Sr. Wen poderia ter causado sem a intervenção das autoridades.” Se condenado por violar o Ato de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, Wen poderá enfrentar até 20 anos de prisão.

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