Três astronautas chineses estão presos na estação espacial Tiangong depois que a cápsula Shenzhou-20, que faria o retorno à Terra, foi atingida por lixo espacial. O incidente foi confirmado pela Agência Espacial Tripulada da China (CMSA, da sigla em inglês), que ainda analisa os danos e avalia como os tripulantes poderão regressar. As informações são do USA Today.
A tripulação, formada por Chen Dong, Chen Zhongrui e Wang Jie, está em órbita desde abril. Eles deveriam retornar após a chegada da missão Shenzhou-21, que atracou na estação no início de novembro.
De acordo com a Reuters, a CMSA não informou se o impacto ocorreu durante o voo ou enquanto a cápsula estava acoplada. Caso a Shenzhou-20 não possa ser usada, os astronautas poderão voltar a bordo da Shenzhou-21, ou, em último caso, uma nova cápsula seria enviada do solo.

O episódio é o primeiro atraso causado por detritos espaciais em uma missão tripulada chinesa. Especialistas alertam que o acúmulo de fragmentos de satélites e foguetes inativos está se tornando um dos maiores riscos para operações em órbita.
A Tiangong, ou “Palácio Celestial”, foi concluída em 2022 e funciona de forma independente da Estação Espacial Internacional (ISS). A China planeja ampliar a estrutura nos próximos anos e lançar um telescópio espacial semelhante ao Hubble.
Lixo espacial é risco crescente em órbita
O lixo espacial é composto por satélites inativos, pedaços de foguetes e fragmentos resultantes de colisões em órbita. Segundo a NASA, há mais de 36 mil objetos maiores que 10 centímetros orbitando a Terra, e milhões de partículas menores capazes de causar sérios danos a espaçonaves.
Em 2024, a própria Estação Espacial Internacional precisou acionar propulsores de uma nave russa acoplada para evitar a aproximação de detritos. A manobra aumentou a pressão por maior cooperação internacional na gestão do tráfego orbital.
Durante um fórum recente, o presidente Xi Jinping defendeu a criação de um centro de observação de detritos espaciais em parceria com países árabes, como forma de monitorar e reduzir o risco de colisões em órbita.