Os casos confirmados do novo coronavírus no continente africano chegaram a 10 mil, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde). Já são 52 países afetados, de um total de 54, com o maior número de casos – mais de 1.600 – na África do Sul.
A primeira contaminação na África foi registrada no Egito, no dia 14 de fevereiro. Desde então, mais de 500 pessoas morreram em todo o continente.
A diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, aconselhou os governos a auxiliar distritos e províncias com recursos para responder à crise na ponta, aos usuários dos sistemas de saúde.
Para Moeti, a doença “tem o potencial de não apenas causar milhares de mortes, mas desencadear devastação econômica e social”.
Um dos maiores afetados pela paralisação pode ser o Zimbábue, que enfrenta emergência humanitária, causada por uma grave seca e recessão. A situação também é de hiperinflação: dados de julho de 2019 do Banco Mundial apontam para uma inflação anualizada de 230%, na qual os preços dos alimentos saltaram 319%.
Segundo o Programa Mundial de Alimentos, da ONU (Organização das Nações Unidas), a produção de grãos do país em 2019 caiu pela metade ante o ano anterior. É menos da metade do necessário para alimentar o Zimbábue – para 2020, a expectativa é de uma colheita ainda menor.
A pandemia também chegou ao Sudão do Sul, com dois casos confirmados. Desde sua criação, em 2011, o país é varrido por conflitos que tiraram quatro milhões de pessoas de casa, segundo a ONU.
“Não é possível falar de forma realista em distanciamento social em um país onde quase um milhão de pessoas foram desalojadas, vivem em barracas a centímetros umas das outras, vivendo de uma ajuda humanitária cada vez mais escassa”, afirmou Yasmin Sooka, responsável pela comissão da ONU de direitos humanos no país.