Ataque armado mata militar de Ruanda a serviço da ONU na República Centro-Africana

Militares da Minusca, a missão de paz das Nações Unidas no país africano, responderam prontamente e mataram três agressores

Um soldado das forças de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) morreu na segunda-feira (10) na República Centro-Africana, durante um ataque realizado por homens armados. As informações são do site The Defense Post.

Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral António Guterres, confirmou a morte e a nacionalidade do militar. “Hoje cedo, um pacificador de Ruanda foi morto quando sua unidade foi atacada por membros de um grupo armado não identificado”, disse ele.

A ação ocorreu na vila de Sam-Ouandja, município de Haute-Kotto. “Juntamos nossa voz à da chefe da missão de manutenção da paz, Valentine Rugwabiza, condenando veementemente este ataque”, acrescentou Dujarric.

O porta-voz disse, ainda, que os militares da Minusca, a missão de paz das Nações Unidas na República Centro-Africana, responderam ao ataque e mataram três dos agressores.

Soldados de paz da Minusca, a missão de paz da ONU na República Centro-Africana (Foto: Minusca/Flickr)
Por que isso importa?

Desde que foram estabelecidas, em 1948, as missões de paz da ONU já registraram 4.314 mortes de soldados e colaboradores civis, com dados atualizados até o dia 30 de junho de 2023.

O ano de 1993 continua sendo o pior, com 252 mortes no período de 12 meses. O segundo ano mais mortífero para pacificadores e trabalhadores civis da ONU foi 2010, com 173 mortes. Nos últimos dois anos, foram registradas 135 mortes em 2021 e 106 em 2022.

Nem todas as mortes, porém, acontecem por violência. Doenças mataram 1.491 membros das missões de paz, enquanto acidentes vitimaram 1.389. Ações maliciosas deliberadas foram responsáveis por 1.117 mortes, enquanto 317 ocorreram em circunstâncias diversas.

Historicamente, a missão que mais registrou mortes é a Unifil, no Líbano, com 330 fatalidades desde que foi criada, em 1978. Em segundo lugar, com 309, vem a Minusma, no Mali, que foi a mais mortífera em cada um dos últimos nove anos. Entretanto, na média, a missão maliana é de longe a que registra mais mortes, pois foi estabelecida em 2013.

Em janeiro deste ano, Aitor Arauz, presidente do Sindicato dos Funcionários das Nações Unidas, instou os países-membros a agirem para que as mortes violentas em missões de paz sejam reduzidas. Em 2022 foram registradas 32 mortes em ataques deliberados contra soldados e policiais a serviço da ONU.

“Cada ataque malicioso contra o pessoal da ONU é um golpe na manutenção da paz, um dos pilares do edifício multilateral. É uma responsabilidade coletiva da comunidade internacional estabelecer mecanismos apropriados para garantir a responsabilização por esses atos hediondos, que podem constituir crimes de guerra sob o direito internacional”, disse ele.

Tags: