Cinco membros de um comboio da ONU (Organização das Nações Unidas) foram mortos em um ataque no Sudão enquanto tentavam levar ajuda humanitária à cidade de El-Fasher, no estado de Darfur do Norte. O comboio era composto por 15 caminhões e levava alimentos e suplementos nutricionais a famílias afetadas pela guerra civil que assola a região há mais de dois anos. As informações são da rede BBC.
O ataque ocorreu na noite de segunda-feira (2), nas proximidades de El-Koma, cidade sob controle das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), uma milícia paramilitar em guerra com as Forças Armadas Sudanesas (SAF, na sigla em inglês) desde 2023. Segundo agências da ONU, além das mortes, várias pessoas ficaram feridas e diversos caminhões foram incendiados.

A origem do ataque ainda não foi confirmada oficialmente. Tanto as RSF quanto o Exército acusam um ao outro de terem atingido o comboio com drones. Em nota conjunta, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) descreveram o episódio como “devastador”, destacando que a ajuda não chegou a El-Fasher, uma cidade “devastada pela fome”.
El-Fasher é o último grande reduto controlado pelo Exército em Darfur do Norte e vem sendo bombardeado pelas RSF há mais de um ano. O comboio atacado tentava romper o cerco para atender crianças e famílias em situação crítica. A ONU exigiu uma investigação urgente e responsabilização dos autores do atentado.
Após o ataque, o grupo voluntário Sala de Emergência de El-Koma divulgou um vídeo mostrando um caminhão queimado com sacos de mantimentos. A publicação responsabilizou o Exército sudanês. Antes, a mesma organização havia denunciado que aviões de guerra do governo haviam bombardeado um mercado movimentado na cidade, matando ou ferindo pelo menos 89 pessoas, segundo o portal Sudan Tribune.
A guerra no Sudão teve início em 2023, quando a disputa pelo poder entre o Exército e as RSF explodiu após um golpe conjunto que interrompeu a transição democrática. Desde então, mais de quatro milhões de pessoas já foram forçadas a deixar suas casas, de acordo com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur).