Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
Pelo menos 183 pessoas morreram desde julho em confrontos em andamento na região de Amhara, na Etiópia. O aumento de violações e abusos em algumas áreas levanta “grande preocupação” do Escritório de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).
O órgão pediu investigação rápida, imparcial e eficaz, e que os responsáveis pelos atos prestem contas. Uma publicação lançada na terça-feira (29) destaca a piora de confrontos entre os militares e a milícia regional Fano.
Em 4 de agosto, entrou em vigou um estado de emergência que levou a situação a piorar consideravelmente, segundo o escritório.
O decreto “confere amplos poderes às autoridades para prender suspeitos sem ordem judicial em todo o país”, além de impor o recolher obrigatório e proibir reuniões públicas.
Mais de mil pessoas já foram detidas ao abrigo da lei. O comunicado destaca que muitos deles seriam jovens de origem étnica amhara, suspeitos de serem apoiantes de Fano.
As operações em massa incluem buscas feitas ao domicílio. Pelo menos três jornalistas etíopes que cobriam a situação foram detidos na região de Amhara. Os presos são mantidos em centros improvisados que carecem de condições básicas.
Privação de liberdade
O escritório pede que as autoridades etíopes parem com as detenções em massa, garantam uma revisão judicial da privação de liberdade e soltem àqueles que foram arbitrariamente presos.
No terreno, enquanto as forças federais consolidam sua presença em algumas cidades, as milícias Fano supostamente recuando para áreas rurais.
O escritório pediu que os envolvidos entrem em diálogo para abordar as questões do processo político e parem com os assassinatos, violações e abusos.
Cerca de 250 etíopes da etnia tigré também teriam sido detidos após operações conjuntas envolvendo membros da polícia de Amhara, autoridades e milícias locais, incluindo jovens armados de etnia wolkait em Tigré Ocidental.