Doença misteriosa mata mais de 50 pessoas na República Democrática do Congo

Cerca de 400 casos foram registrados desde o início do surto, que começou após crianças comerem um morcego morto em uma aldeia

Uma doença de origem desconhecida já causou a morte de pelo menos 53 pessoas na República Democrática do Congo (RDC), segundo autoridades locais. O surto teve início em 21 de janeiro, após três crianças comerem um morcego morto na aldeia de Boloko. Desde então, a doença se espalhou rapidamente por regiões vizinhas, atingindo a aldeia de Danda e, posteriormente, Bomate, onde mais de 400 pessoas foram infectadas. As informações são da revista Newsweek.

Os sintomas incluem febre, vômito, diarreia, sangramento nasal e fadiga. Em muitos casos, a doença leva à morte em até 48 horas após o início dos sintomas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para a gravidade da situação, afirmando que “casos têm aumentado rapidamente em poucos dias, representando uma ameaça significativa à saúde pública”.

Morcego pode ter sido a causa de surto misterioso na RD Congo (Foto: Andy Morffew/PxHere)

Equipes de saúde ainda investigam as causas do surto e chegaram a considerar doenças como Ebola, vírus de Marburgo, malária, intoxicação alimentar, febre tifoide e meningite. A OMS confirmou que Ebola e o vírus de Marburgo foram descartados após testes laboratoriais realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica, na capital, Kinshasa, mas algumas amostras testaram positivo para malária.

“É necessária uma ação urgente para acelerar as investigações laboratoriais, melhorar o manejo dos casos e a capacidade de isolamento, além de fortalecer a vigilância e a comunicação de riscos”, declarou a OMS. O porta-voz da organização, Tarik Jašarević, disse que “a causa exata permanece desconhecida” e que “estamos investigando se se trata de outra infecção ou de algum agente tóxico”.

De acordo com a OMS, surtos de doenças transmitidas de animais para humanos têm aumentado em mais de 60% na última década, especialmente em regiões onde o consumo de animais selvagens é comum. Especialistas temem que a localização remota e a infraestrutura precária da região possam dificultar o controle do surto, tornando necessárias intervenções rápidas para evitar uma crise sanitária ainda maior.

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