Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
No sábado (27), os membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) pediram às partes em conflito no Sudão que interrompessem imediatamente a escalada militar e tomassem medidas para reduzir a situação em El Fasher, a capital da província de Darfur do Norte.
O pedido foi feito em meio a relatos de uma ofensiva iminente das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e de suas milícias aliadas contra a cidade, o que poderia ameaçar a vida de centenas de milhares de pessoas deslocadas que atualmente estão abrigadas lá.
Pelo menos 43 pessoas, entre elas mulheres e crianças, foram mortas em combates entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e as RSF – apoiadas por suas respectivas milícias – desde 14 de abril, quando as RSF iniciaram sua investida em El Fasher, de acordo com o escritório de direitos humanos da ONU (OHCHR).
O escritório acrescentou que os civis encurralados na cidade – a única em Darfur que ainda está nas mãos da SAF – temem ser mortos caso tentem fugir. A terrível situação é agravada por uma grave escassez de suprimentos essenciais, já que as entregas de produtos comerciais e de ajuda humanitária foram fortemente restringidas pelos combates e pelos desafios de acesso ao território controlado pela RSF.
Mergulhado em um tumulto
O Sudão está mergulhado em um tumulto desde o início dos combates entre a SAF e os paramilitares da RSF, em abril passado.
Mais de 14 mil pessoas foram mortas e milhares de outras ficaram feridas, em meio a relatos de violência sexual e de gênero abomináveis.
A guerra também deslocou mais de seis milhões de civis dentro do Sudão e mais 1,8 milhão além de suas fronteiras, em um cenário de crise maciça que deixou 25 milhões de pessoas necessitadas de ajuda humanitária e proteção.
Fim do fortalecimento militar
Em uma declaração, os membros do Conselho de Segurança conclamaram a SAF e a RSF a encerrarem o aumento das forças militares e a tomarem medidas para diminuir a escalada da situação e cumprir suas obrigações de acordo com o direito humanitário internacional.
Os membros do Conselho também reiteraram seu pedido de cessação imediata das hostilidades, levando a um cessar-fogo sustentável.
Eles pediram a todos os Estados Membros que se abstenham de interferências externas que busquem fomentar o conflito e a instabilidade e, em vez disso, apoiem os esforços para uma paz duradoura.
Eles também lembraram a todas as partes do conflito e aos Estados-Membros que devem aderir às suas obrigações de cumprir as medidas de embargo de armas, conforme estipulado nas resoluções 1556 (2004) e 2676 (2023).