Aeronaves militares russas são avistadas no espaço aéreo do Alasca

Bombardeiros permaneceram na Zona de Identificação de Defesa Aérea, mas fora do espaço aéreo soberano de EUA e Canadá

O Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad, da sigla em inglês) disse na terça-feira (6) que detectou e rastreou quatro aeronaves militares russas na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) do Alasca. A informação foi dada em comunicado de imprensa pela própria organização militar binacional dos Estados Unidos e do Canadá.

A nota afirmou que as aeronaves russas permaneceram no espaço aéreo internacional e “não adentraram o espaço aéreo soberano” dos Estados Unidos ou do Canadá. “Essa atividade russa na ADIZ do Alasca ocorre regularmente e não é vista como uma ameaça”, detalhou o documento.

A ADIZ se estende por 214 quilômetros da costa dos EUA. A identificação de aeronaves é exigida por razões de segurança nacional.

Tu-160, modelo de bombardeiro estratégico supersônico desenvolvido na extinta União Soviética (Foto: Dmitry Terekhov/Flickr)

O Norad monitora aeronaves na região usando uma rede composta por satélites, radares terrestres e aéreos, e aviões de combate. O comunicado acrescentou que o Comando está preparado para utilizar “diversas opções de resposta na defesa da América do Norte”.

O Comando de Defesa Aeroespacial foi estabelecido durante a Guerra Fria para proteger contra ataques aéreos, mas continua ativa atualmente, adaptando-se às ameaças modernas, como ataques terroristas ou intrusões de aeronaves não autorizadas.

Treinamento

O Ministério da Defesa da Rússia divulgou um comunicado sobre um voo de treinamento de bombardeiros para o Ártico, conforme repercutiu a rede ABC News. No documento oficial, foi relatado que dois bombardeiros estratégicos Tu-160 sobrevoaram as águas neutras do Oceano Ártico e do Mar de Laptev por mais de dez horas.

O comandante da Aviação de Longo Alcance russo, tenente-general Sergei Kobylash, destacou que o voo foi realizado de acordo com as regras internacionais de espaço aéreo. Ele também mencionou que voos de treinamento sobre águas neutras “são realizados regularmente pela aviação de longo alcance russa em diferentes regiões”, citando o Ártico, Atlântico Norte, Mar Negro e Báltico, e Oceano Pacífico.

Território histórico

O Alasca foi colonizado pelos russos no século 18, quando exploradores vindos de lá estabeleceram assentamentos e postos de comércio ao longo da costa do Pacífico. Em 1867, o Império Russo vendeu o território aos Estados Unidos por US$ 7,2 milhões no negócio conhecido como “Compra do Alasca”, decisão estratégica norte-americana para expandir seu território a oeste.

Em janeiro, o Kremlin emitiu um decreto para buscar e proteger propriedades históricas russas no exterior, direcionando a administração presidencial e o Ministério das Relações Exteriores nesse esforço, segundo informações da revista Newsweek.

O Departamento de Estado dos EUA descartou a possibilidade de Putin tentar retomar o Alasca.

“Falo em nome de todos nós do governo dos EUA para dizer que certamente ele não o terá de volta”, disse o porta-voz principal adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, em 22 de janeiro.

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