Na quinta-feira (18), o ministro da Defesa da Argentina, Luis Petri, anunciou no X, antigo Twitter, que o país se candidatou para se tornar um “parceiro global” da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O gesto faz parte dos planos de Buenos Aires de se aproximar de potências ocidentais. As informações são da agência Associated Press.
Durante uma reunião em Bruxelas com o vice-secretário-geral da aliança militar, Mircea Geoana, Petri entregou uma carta de intenções oficializando o pedido. Ele manifestou o compromisso argentino em fortalecer laços e alinhar as forças militares do país com os padrões da Otan.
O status de “parceiro global” abriria oportunidades para uma cooperação política e de segurança mais ampla. Isso ocorre em um momento em que o governo ultraliberal do presidente Javier Milei busca fortalecer os laços com as potências ocidentais e atrair investimentos para a Argentina.
Além disso, Petri esteve na sede da Otan para finalizar a compra de 24 jatos F-16 da Dinamarca, segundo relatos. A compra é vista como vital para os objetivos do recém-eleito chefe da Casa Rosada, que sinalizou sua intenção de expandir e modernizar as forças armadas de seu país.
Os jatos, de fabricação norte-americana, foram vendidos pela Dinamarca à Argentina por quase US$ 300 milhões. Além disso, os Estados Unidos auxiliaram Buenos Aires no pagamento dos aviões, fornecendo ao país um financiamento militar estrangeiro de US$ 40 milhões.
Geoana elogiou a Argentina por buscar o status de parceiro credenciado na Otan, um papel valioso que oferece benefícios sem obrigar à participação em ações militares coletivas. Atualmente, a adesão à aliança atlântica é limitada a países da Europa, Turquia, Canadá e Estados Unidos.
“Com sua importância na América Latina, a Argentina pode se beneficiar de uma cooperação mais estreita com a Otan”, disse Geoana na sede da aliança.
Benefícios
Os “parceiros globais” mantêm uma relação cooperativa com a Otan, que inclui compartilhamento de informações e operações militares conjuntas, bem como acesso a tecnologia avançada, sistemas de segurança e treinamento que antes não estavam disponíveis. No entanto, eles não podem se tornar membros plenos devido à exigência de que todos os membros sejam países europeus.
Os atuais parceiros globais ativos da Otan incluem Austrália, Colômbia, Iraque, Japão, Mongólia, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Paquistão.
A Argentina tem laços com a aliança desde 1998, quando se tornou um “grande aliado fora da Otan”.