O governo norte-americano relatou na quinta-feira (3) que conseguiu conter uma campanha realizada por hackers russos para invadir sistemas de empresas e cidadãos norte-americanos de diversos setores, inclusive o militar e o de defesa. Os suspeitos são membros do grupo Callisto, que Washington acusa de atuar a mando do governo russo.
Segundo o Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês), o Callisto tinha como alvo, “entre outros, empresas sediadas nos EUA, ex-funcionários da Comunidade de Inteligência dos EUA, funcionários atuais e ex-funcionários do Departamento de Defesa e do Departamento de Estado, contratantes de defesa militar dos EUA e funcionários do Departamento de Energia”.

O Callisto, também conhecido como Cold River, Star Blizzard, TA446 ou Seaborgium, é suspeito de servir à agência de inteligência russa FSB (Serviço de Segurança Federal, da sigla em inglês), herdeira da antiga KGB. Em dezembro de 2023, os EUA formalizaram acusações contra dois hackers suspeitos de realizar ataques digitais em nome do grupo contra países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
A campanha revelada nesta quinta, foi do tipo phishing, que consiste no envio de e-mails falsos que, se acessados, concedem aos hackers acesso ao sistema da vítima. Como resultado, o DoJ disse ter agido em parceria com a Microsoft para apreender mais de cem domínios de internet usados por agentes de inteligência russos e seus representantes.
“O governo russo executou esse esquema para roubar informações confidenciais dos americanos, usando contas de e-mail aparentemente legítimas para enganar as vítimas e fazê-las revelar credenciais de conta”, disse a procuradora-geral adjunta Lisa Monaco.
Velhos conhecidos do Ocidente
A Microsoft afirmou em agosto de 2022 que monitora o grupo Callisto desde 2017 e, na ocasião, também o acusou de servir ao Kremlin. Segundo a empresa de tecnologia, trata-se de um “ator de ameaças originário da Rússia, com objetivos e vitimologia que se alinham estreitamente com os interesses do Estado russo.”
Em 2022, a Microsoft declarou ainda que a organização realizou uma campanha maliciosa contra “pessoas de interesse” e contra mais de 30 órgãos do setor de Defesa de países da Otan. O objetivo daquela campanha era roubar informações sensíveis de defesa e inteligência também através de ataques do tipo phishing.