Longa pena de prisão aguarda jovem que vazou documentos sigilosos do Pentágono

Informações reveladas na internet eram ultrassecretas, sendo que a maioria está relacionada à guerra entre a Rússia e a Ucrânia

Jack Douglas Teixeira, o jovem membro da Guarda Nacional dos EUA acusado de publicar na internet uma série de documentos confidenciais do Pentágono no ano passado, se declarou culpado das acuações, nesta segunda-feira (4), e pode pegar mais de 16 anos de prisão. As informações são da agência Reuters.

O jovem de 22 anos usou a rede social Discord, usada sobretudo por jogadores de videogame, para publicar o material confidencial, ao qual tinha acesso por atuar como piloto da Guarda Nacional.

Alguns dos documentos vazados eram classificados como ultrassecretos, e a maioria tem relação com a guerra da Ucrânia. Eles abordam as campanhas de Moscou e Kiev na guerra, descrevem as capacidades dos dois exércitos e fazem projeções para o conflito.

Pentágono, em Washington D.C, sede do Departamento de Defesa dos EUA (Foto: Pixabay/12091)

O material contém informações que poderiam ajudar Moscou, como mapas da defesa área ucraniana e detalhes da infiltração de agentes norte-americanos nos serviços de inteligência militar russos.

Inicialmente, o jovem divulgou diversas informações confidenciais sem postar imagens de documentos, apenas reproduzindo no grupo de discussões o que havia lido. Posteriormente, decidiu usar as fotos porque achou que seus textos não vinham sendo levados a sério. A partir de então, um segundo usuário repassou as imagens para outras páginas de internet, e dali elas se espalharam.

Preso desde abril do ano passado, o acusado participou de uma audiência nesta segunda e se declarou culpado, após fechar um acordo judicial com os promotores responsáveis pelo caso. Aceitou cumprir ao menos 11 anos de prisão, mas a acusação pedirá uma pena de 16 anos e oito meses.

Como parte do acordo, Teixeira se declarou culpado de retenção intencional e transmissão de informações confidenciais relacionadas à defesa nacional. Em troca, os promotores abriram mão de denúncias de espionagem que poderiam aumentar a pena. A sentença é aguardada para 27 de setembro.

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