Pesquisadora que estava desaparecida desde março é refém de milícia iraquiana

Elizabeth Tsurkov é cidadã russo-israelense e foi sequestrada em Bagdá quando realizava estudos para o doutorado

Elizabeth Tsurkov, uma cidadã russo-israelense que estava desaparecida desde março, desde então vem sendo mantida refém por uma milícia xiita iraquiana. A informação foi confirmada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, de acordo com o jornal The Washigton Post.

Estudante de doutorado na Universidade de Princeton, nos EUA, Tsurkov realizava pesquisas em Bagdá quando foi sequestrada. “Nós consideramos o Iraque responsável por sua segurança e bem-estar”, disse o gabinete de Netanyahu em comunicado, confirmando que a jovem está viva.

O grupo que mantém a pesquisadora refém é o Kataib Hezbollah, forte milícia armada que recebe apoio financeiro e militar do Irã e desde 2009 figura na lista do governo norte-americano de organizações terroristas.

Elizabeth Tsurkov, cidadã russo-israelense mantida refém por milícia xiita iraquiana (Foto: Facebook pessoal)

Pessoas próximas à jovem, inclusive familiares, tomaram conhecimento dos sequestro ainda em março, mas a informação vinha sendo mantida em sigilo. Somente agora Israel decidiu se manifestar, depois de alguns veículos de imprensa citarem a possibilidade de sequestro.

Os familiares também emitiram um comunicado reconhecendo o sequestro e adotaram o mesmo tom de Netanyahu. “Ela foi sequestrada no meio de Bagdá, e vemos o governo iraquiano como responsável direto por sua segurança. Pedimos sua libertação imediata desta detenção ilegal”, diz o texto.

Por sua vez, o think tank norte-americano New Lines Institute, do qual Tsurkov é membro, cobrou uma ação de Washington na tentativa de libertá-la. “No final de março, a estudante de pós-graduação de Princeton e estudiosa do New Lines Elizabeth Tsurkov desapareceu no Iraque. Ela merece todos os esforços dos EUA para trazê-la para um lugar seguro”, disse a entidade em sua conta no Twitter.

De acordo com o think tank, a pesquisadora já havia anunciado sua intenção de retornar aos EUA, dizendo estar “farta da pesquisa de campo” no Iraque. “Ficamos aliviados. Não queríamos que ela ficasse em um Iraque cada vez mais dominado por milícias pró-iranianas”, disse o New Lines em um relato sobre o caso.

Ela desapareceu pouco depois daquele contato, feito no final de março, e logo na sequência o think tank diz que tomou conhecimento do rapto. “Soubemos de nossas fontes que uma milícia pró-iraniana a havia sequestrado em Bagdá, onde fazia pesquisas. Não ouvimos falar dela desde então”, afirmou o New Lines.

De acordo com o think tank, o que compromete a situação é o fato de que a pesquisadora é crítica ferrenha de importantes atores geopolíticos envolvidos no caso, quais sejam Rússia, Israel e Irã. Daí a cobrança por uma ação mais incisiva de Washington.

“Todos nós sentimos que os Estados Unidos precisam se envolver de alguma forma para ajudar Liz. Ela não é cidadã dos Estados Unidos, e seu desaparecimento não desencadeou o tipo de reação agressiva nos Estados Unidos que um americano poderia provocar”, declarou o New Lines.

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