Relatora da ONU cita aumento da violência na fronteira México-EUA e cobra as autoridades

Mary Lawlor cita o caso de um pastor que oferece ajuda a migrantes na região e tem sido ameaçado por criminosos

Mary Lawlor, relatora especial designada pela ONU (Organização das Nações Unidas) para a situação dos defensores de direitos humanos, afirmou que está preocupada com os crescentes casos de violência na fronteira do México com os Estados Unidos

Ela relatou o caso de um pastor da Igreja Batista que há mais de cinco anos distribui, de forma voluntária, alimento e abrigo a migrantes na região. Por conta do trabalho, Lorenzo Ortiz foi ameaçado e intimidado por criminosos no passado, e o risco teria aumentado de forma drástica ultimamente.

Em 2 de junho, Ortiz foi sequestrado por um cartel de traficantes de seres humanos juntamente com outras dez pessoas acolhidas por ele.

Fiscalização na fronteira dos Estados Unidos com o México (Foto: Wikimedia Commons)

O pastor dirige uma rede de refúgio, sem fins lucrativos, em ambos os lados da fronteira. Com isso, apoia as pessoas que saem do México a caminho dos Estados Unidos e que não têm recursos.

Os bandidos acusam o pastor de reduzir os “lucros” da rede criminosa e contestam o auxílio gratuito que ele oferece. Para libertá-lo, os criminosos pediram US$ 40 mil.

Segundo Lawlor, graças à mobilização rápida e eficiente das autoridades mexicanas, da sociedade civil e de comunidades locais, os criminosos libertaram o religioso sem pagamento de resgate.

A situação no terreno, entretanto, não mudou. O pastor continua sob a mira dos sequestradores, que constantemente aparecem no abrigo liderado por ele fazendo ameaças.

Para a relatora, é preocupante o risco extraordinário que defensores de direitos humanos correm apenas pelo apoio que oferecem a seres humanos em necessidade.

Lawlor pediu ao governo do México uma atuação mais incisiva para enfrentar a influência dos cartéis em comunidades próximas à fronteira com os Estados Unidos.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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