A Justiça dos EUA condenou a 44 anos de prisão, com supervisão vitalícia após o cumprimento da pena, um homem acusado de planejar um atentado suicida em um dos aeroportos mais movimentados do mundo, Heathrow, em Londres. O caso envolveu conexões com a Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), considerada uma organização terrorista global. A decisão foi anunciada pelo Departamento de Justiça norte-americano.
“O réu foi condenado por tentativa de cometer um ato de terrorismo e por planejar um atentado suicida em nome da AQAP”, afirmou Devin DeBacker, chefe da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça. Segundo ele, o governo americano “não descansará na busca por justiça contra atos terroristas”.

O condenado, identificado como Minh Quang Pham, também conhecido como Amim, recebeu treinamento direto de Anwar al-Aulaqi, um dos líderes da AQAP, enquanto esteve no Iêmen entre 2010 e 2011. O plano previa a detonação de um explosivo escondido em uma mochila na área de chegadas do aeroporto, com o objetivo de atingir voos vindos dos Estados Unidos e de Israel.
“Ele também tentou recrutar outras pessoas para cometer atos de terrorismo”, destacou David J. Scott, diretor assistente da Divisão de Contraterrorismo do FBI. As investigações mostraram que o homem gravou vídeos incentivando ataques violentos e participou da produção de materiais de propaganda extremista.
Após retornar ao Reino Unido em 2011, ele foi detido pelas autoridades britânicas no aeroporto de Heathrow, onde foram encontrados materiais suspeitos, incluindo munição compatível com fuzis de assalto. Embora tenha sido liberado inicialmente, acabou preso meses depois por suspeitas relacionadas a terrorismo.
O acusado foi extraditado para os Estados Unidos em 2015. Ele se declarou culpado por crimes de terrorismo, incluindo a conspiração para cometer atos violentos e o apoio a organizações extremistas. Inicialmente condenado a 40 anos de prisão, a pena foi ampliada para 44 anos após uma revisão judicial.
“As ações dele não foram apenas uma ameaça à segurança, mas uma afronta aos princípios de paz e estabilidade que prezamos”, disse Danielle R. Sassoon, procuradora do Distrito Sul de Nova York. Segundo ela, a sentença reflete o compromisso das autoridades em prevenir o terrorismo antes que ele aconteça.