Uma médica libanesa foi deportada dos EUA na última sexta-feira (15) após agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) encontrarem em seu celular imagens do ex-líder do Hezbollah e do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. O Departamento de Justiça confirmou a remoção de Rasha Alawieh, de 34 anos, que era especialista em doenças renais e professora assistente na Universidade Brown. As informações são da agência Reuters.
Alawieh foi detida ao retornar ao Aeroporto Internacional Logan, em Boston, após uma viagem ao Líbano para visitar familiares. Durante interrogatório, admitiu ter comparecido ao funeral do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. Ele foi morto em 25 de setembro de 2024, em um ataque aéreo coordenado por Israel contra Beirute.

Questionada, a médica disse que sua presença na cerimônia “é uma questão puramente religiosa”. E acrescentou: “Ele é uma figura muito importante para nossa comunidade. Para mim, não é algo político.”
A deportação se tornou alvo de disputa judicial devido a uma ação movida pela defesa de Alawieh. O juiz federal Leo Sorokin, de Massachusetts, determinou que a remoção da médica fosse suspensa por 48 horas, mas ela já havia sido colocada em um voo da Air France para o Líbano. O governo nega ter violado a decisão e argumenta que o aviso da ordem não foi recebido pelos canais oficiais antes do embarque.
Advogados que defendiam a médica gratuitamente retiraram-se do caso alegando a necessidade de “diligências adicionais” sobre a situação. O Departamento de Justiça dos EUA justificou que a deportação se deu porque as intenções de Alawieh nos EUA “não podiam ser determinadas”.
O juiz Sorokin ordenou que o governo americano prestasse esclarecimentos sobre o episódio, mas posteriormente selou os documentos apresentados pela defesa da médica, tornando o conteúdo inacessível ao público. A defesa de Alawieh não se manifestou sobre os desdobramentos do caso.