Ataque a bomba no norte do Paquistão mata cinco engenheiros chineses

Ação é a segunda a vitimar profissionais da China que trabalham no projeto de uma hidrelétrica financiada com dinheiro chinês

Cinco engenheiros chineses foram mortos em um ataque a bomba realizado nesta terça-feira (26) na província de Khyber Pakhtunkhwa, no norte do Paquistão. Um carro-bomba, conduzido por um terrorista suicida, foi usado no ataque, segundo informações do jornal South China Morning Post.

Os profissionais trabalhavam no projeto da hidrelétrica de Dasu, construída por uma empresa da China. O ônibus em que estavam os engenheiros fazia parte de um comboio que seguia de Islamabad para Daisu e foi atingido por um carro-bomba. O motorista, de nacionalidade paquistanesa, também morreu.

Ações do gênero geralmente são conduzidas por grupos separatistas do Baluchistão, que têm os chineses na mira devido à insatisfação com o Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC). No entanto, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, muito parecido com outro ocorrido em 2021 que vitimou nove cidadãos chineses que trabalhavam no mesmo projeto.

Soldado do exército do Paquistão, foto de novembro de 2018 (Foto: Wikimedia Commons)

Com um orçamento de US$ 60 bilhões, o CPEC projeta ligar a cidade portuária de Gwadar, no Baluchistão, a Xinjiang, no noroeste da China, por meio de obras rodoviárias e ferroviárias. O acordo ainda prevê projetos de energia para atender às necessidades de abastecimento do Paquistão.

Os balúchis argumentam que o projeto bilionário de infraestrutura não tem beneficiado a região, enquanto outras províncias paquistanesas colhem os frutos. O caso gera protestos generalizados, e os chineses são vistos como invasores dispostos a extrair as riquezas da região.

O principal grupo radical atuante no Baluchistão é o Exército de Libertação Balúchi (ELB), que em 2019 foi inserido pelos EUA na lista de grupos terroristas internacionais. A Frente de Libertação do Baluchistão (FLB) é outra organização de forte presença na região.

O ataque desta terça gerou manifestações do governo paquistanês, que vê a China como um parceiro crucial. “Elementos anti-paquistaneses nunca conseguirão prejudicar a amizade Paquistão-China”, disse o presidente Asif Ali Zardari. “Este não foi um ataque aos cidadãos chineses, mas também ao Paquistão”, acrescentou o ministro do Interior, Mohsin Naqv, de acordo com a agência Al Jazeera.

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