As facções palestinas rivais Hamas e Fatah assinaram uma declaração para criar um “governo de reconciliação nacional” provisório para a Cisjordânia e Gaza após a guerra com Israel, durante uma reunião mediada por Beijing, finalizada nesta terça-feira (23) após três dias de negociações, segundo o ministro das Relações Exteriores da China. Representantes desses grupos, junto com outras 12 alianças palestinas, prometeram trabalhar pela unidade. As informações são da rede BBC.
Mousa Abu Marzouk, um alto funcionário do Hamas, afirmou em uma coletiva de imprensa em Beijing: “Hoje assinamos um acordo para a unidade nacional e afirmamos que o caminho para completar essa jornada é a unidade nacional”.
Mustafa Barghouti, da Iniciativa Nacional Palestina, afirmou que o novo acordo de reconciliação entre facções palestinas é mais avançado do que os anteriores. O acordo inclui a criação de um governo interino de unidade, a formação de uma liderança palestina unificada, a eleição de um novo Conselho Nacional Palestino e uma declaração de unidade contra os ataques israelenses. Barghouti destacou que esse governo de unidade “é importante para bloquear os esforços israelenses de criar estruturas que contrariem os interesses palestinos”.

A reconciliação entre o Hamas e o Fatah seria um marco crucial nas relações internas palestinas. Desde o surgimento do conflito em 2006, quando o Hamas assumiu o controle de Gaza, os dois principais partidos políticos palestinos têm sido rivais acirrados, segundo a agência Al Jazeera.
A profunda divisão começou em 2007, quando o Hamas expulsou violentamente o Fatah do território. Isso ocorreu depois que o presidente palestino Mahmoud Abbas, líder do Fatah, dissolveu o governo de unidade formado pelo Hamas, que havia vencido as eleições nacionais no ano anterior.
Marzouk declarou à CNN que os palestinos estão em uma “encruzilhada histórica” e intensificando seus esforços de luta. O Fatah controla a Autoridade Palestina na Cisjordânia e apoia negociações para um estado palestino. Apesar de falhas em tentativas anteriores de reconciliação, a necessidade de união cresceu devido à continuidade da guerra e às discussões internacionais sobre o futuro do enclave palestino.
Israel rejeitou a ideia de que o Hamas ou o Fatah possam governar Gaza após o término das hostilidades.