China é acusada de patrocinar hackers que comprometeram mais de 250 mil aparelhos

Criminosos digitais teriam usado aparelhos sequestrados, como câmeras e equipamentos de armazenamento, para camuflar a operação

O FBI, a polícia federal dos EUA, anunciou na quarta-feira (18) que desmantelou uma quadrilha de hackers chineses que teria comprometido mais de 250 mil aparelhos digitais em todo o mundo. O grupo é chamado de Flax Typhoon, suspeito de ser patrocinado pelo governo da China. As informações são da agência Reuters.

Segundo o diretor do FBI Cristopher Wray, os hackers atuavam sob o guarda-chuva da empresa Integrity Technology Group, que se fazia passar por uma companhia legítima de TI (tecnologia da informação) para ocultar suas verdadeiras ações.

Hacker em ação: China é acusada de patrocinar ciberataques (Foto: WikiCommons)

O objetivo da empresa, disse Wray, era “coletar inteligência e realizar reconhecimento para agências de segurança do governo chinês”. O grupo foi alvo de uma operação das autoridades dos EUA realizada na semana passada, “parte dos nossos esforços contínuos para tirar as botnets da China do ar”, acrescentou a autoridade.

A botnet é uma rede composta por diversos dispositivos sequestrados pelos hackers e usados para camuflar as operações maliciosas. No caso, o Flax Typhoon contou com aparelhos como câmeras e dispositivos de armazenamento digital, que acabaram comprometidos.

“Quando os bandidos perceberam o que estava acontecendo, eles tentaram migrar suas botnets para novos servidores e até realizaram um ataque DDoS contra nós”, disse Wray, citado pelo site The Record. “As ações do Flax Typhoon causaram danos reais às suas vítimas, que tiveram que dedicar um tempo precioso para limpar a bagunça quando descobriram o malware.”

O chefe do FBI destacou o caso de uma organização no estado da Califórnia, nos EUA, que precisou iniciar uma resposta geral e enfrentou uma perda financeira significativa. Porém, ele não deu mais detalhes a respeito da entidade atingida. 

A denúncia de envolvimento do governo chinês gerou uma resposta através embaixada do país em Washington. Beijing afirmou que os EUA chegaram a uma “conclusão injustificada” e fizeram “acusações infundadas contra a China”. Acrescentou que Beijing não poupa esforços para reprimir “todas as formas de ataques cibernéticos”.

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