Cinco meses após golpe, protesto pede democracia e queima uniforme militar em Mianmar

Militantes reivindicam retomada do estado democrático após prisão da líder Aung San Suu Kyi, ocorrida em fevereiro

Cinco meses após o golpe de Estado em Mianmar, centenas de manifestantes foram às ruas nesta quinta-feira (1º) em Yangon, maior cidade do país, para protestar contra a intervenção militar. As informações são da Reuters.

Reivindicando a retomada do estado democrático, os manifestantes queimaram um uniforme do exército em repúdio à prisão da líder do partido LND (Liga Nacional), Aung San Suu Kyi, eleita democraticamente e derrubada por uma junta militar. Ela foi presa no dia 1º de fevereiro.

Essa foi uma das maiores manifestações registradas nas últimas semanas. Protestos contra a liderança militar têm ocorrido diariamente em Mianmar. Em abril, a ONU já alertava para risco de “conflito total” no país do sudeste asiático.

Cinco meses após o golpe militar, manifestantes queimam uniforme do exército em Mianmar
General líder do golpe de fevereiro, Min Aung Hlaing, em encontro diplomático em junho de 2017 (Foto: Divulgação/Vadim Savitsky)

O grito dos militantes trazia uma mensagem clara aos militares: “O que queremos? A democracia! A democracia!”. Os cânticos eram entoados em meio à fumaça colorida dos fogos pelas ruas de Yangon. “Para o povo! Para o povo!”, registrou um vídeo publicado pela Reuters.

Cronologia do golpe

Em novembro de 2020, a Liga Nacional pela Democracia venceu as eleições com 82% dos votos. O partido já havia sido eleito em 2015, mas, dessa vez, recebeu ainda mais votos.

No passado, a junta militar já havia impedido o NLD de assumir o poder. Por isso, militares detiveram Aung San Suu Kyi de 1989 a 2010, grande parte do período em prisão domiciliar.

Após o golpe, autoridades prenderam centenas de pessoas sem indiciamento ou julgamento prévio. Muitas famílias continuam procurando pelos parentes desaparecidos. Jornalistas e ativistas são atacados deliberadamente, e serviços de internet têm sido interrompidos.

Colocada em prisão domiciliar, Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz de 1991, teve julgamento iniciado no dia 14 de junho.

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