Coreia do Norte proíbe que outras mulheres usem o nome da filha de Kim Jong-un

Cidadãos de Pyongyang relatam que norte-coreanas chamadas Ju-ae inclusive foram obrigadas a mudar seus registros

Mulheres norte-coreanas que tenham sido registradas como Ju-ae, assim como a filha do líder nacional Kim Jong-un, estão sendo obrigadas pelo governo a mudar de nome. Pessoas que vivem na capital Pyongyang confirmaram à rede Radio Free Asia (RFA) que o nome dela, agora, é exclusivo.

“Ontem, o Ministério da Segurança na cidade de Chongju convocou mulheres registradas no departamento de registro de residentes sob o nome Ju-ae para mudar seus nomes”, disse a fonte, cuja identidade foi mantida em sigilo.

A mesma pessoa que revelou a ordem disse que o governo explicou a decisão. A partir de agora, Ju-ae é um nome “da mais alta dignidade”, por isso passou a ser proibido que outras o adotem.

Kim Jong-un ao lado da filha, Kim Ju-ae: nomes exclusivos (Foto: KCNA/reprodução)

“Havia uma menina de 12 anos chamada Ju-ae na unidade popular onde moro. O departamento de registro de residentes do Ministério da Segurança chamou os pais da menina e a obrigou a mudar seu nome e a mudar sua certidão de nascimento”, contou a fonte.

Uma segunda pessoa da capital norte-coreana disse ter presenciado situação semelhante. O prazo para que as pessoas façam a modificação é de uma semana, embora não tenha sido revelado se existe alguma punição prevista àqueles que desrespeitem a norma.

A situação não é nova no país. O líder nacional, em 2014, já havia forçado os homens do país a mudar os registros caso tivessem adotado o nome Jong-un.

De acordo com Soo Kim, uma ex-analista da CIA que falou ao site Insider, quando Kim Jong-un proibiu que seu próprio nome fosse reproduzido, a decisão de alterá-lo era “voluntária”. “Mas, como sabemos, poucas coisas são voluntárias na Coreia do Norte, especialmente quando se trata de ordens da liderança”, disse ela, acrescentando que a proibição mais recente não é “nada fora do comum” no país.

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