EUA e Reino Unido culpam China por ação hacker que alcançou ‘milhões’ de pessoas

Entre os alvos da campanha digital maliciosa estão políticos, jornalistas, pesquisadores e entidades de diversos países

Os governos dos EUA e do Reino Unido se uniram nesta segunda-feira (25) para acusar a China de comandar uma grande campanha de hackers que atingiu milhões de pessoas, entre elas legisladores, jornalistas e pesquisadores, bem como entidades, em diversos países.

O Departamento de Justiça norte-americano anunciou uma acusação formal contra sete cidadãos chineses, todos supostamente ligados ao grupo hacker APT31, que teria realizado a operação maliciosa. 

O procurador-geral dos EUA, Merrick B. Garlan, acusou Beijing de apoiar os hackers. “Este caso serve como um lembrete dos fins que o governo chinês está disposto a buscar para atingir e intimidar os seus críticos, incluindo o lançamento de operações cibernéticas maliciosas destinadas a ameaçar a segurança nacional dos Estados Unidos e dos nossos aliados.”

Hackers chineses: ataques ao Ocidente atingiram milhões (Foto: WikiCommons)

Rishi Syunakm primeiro ministro do Reino Unido, também associou o caso ao governo chinês, de acordo com a rede BBC. “A China representa uma ameaça econômica à nossa segurança e um desafio que define uma época”, afirmou.

No caso britânico, os hackers teriam acessado os cadastros eleitorais dos cidadãos, embora o governo afirme que de nenhuma forma houve interferência no processo eleitoral. Não está claro quantas pessoas exatamente tiveram seus dados expostos, mas o sistema armazena informações de até 40 milhões de indivíduos. Legisladores locais também foram atingidos.

Já nos EUA foram afetados funcionários da Casa Branca, dos Departamentos de Justiça, Comércio, Tesouro e Estado, senadores e outros representantes dos dois maiores partidos políticos do país, o Republicano e o Democrata. De acordo com a BBC, os hackers alcançaram “milhões” de norte-americanos.

Washington afirma que os chineses dispararam cerca de dez mil e-mails maliciosos, através dos quais poderiam obter acesso aos sistemas atingidos. As mensagens maliciosas foram enviadas tanto a contas pessoais quanto corporativas dos alvos

“Esta prolífica operação de pirataria informática global, apoiada pelo governo da RPC (República Popular da China), teve como alvo jornalistas, autoridades ​​políticas e empresas para reprimir os críticos do regime chinês, comprometer instituições governamentais e roubar segredos comerciais”, disse a procuradora-geral adjunta Lisa Monaco.

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