O presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, anunciou que o país pretende aderir ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), liderado pelos BRICS, visando impulsionar a transformação do desenvolvimento nacional. A filiação, no entanto, exige um pagamento significativo de capital, que pode gerar pressões sobre o orçamento do país. As informações são do South China Morning Post.
Em janeiro, a Indonésia tornou-se oficialmente membro do Brics, grupo composto principalmente por economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia e China. O ingresso no NDB requer a aquisição de ações do banco, cujo valor ainda não foi divulgado, podendo ser pago em sete parcelas.

Potenciais benefícios e riscos da adesão ao NDB
O NDB oferece financiamento estratégico para projetos de infraestrutura, energia limpa, transporte e saneamento. Para Prabowo, a adesão ao banco representa uma oportunidade de reduzir a dependência de credores internacionais tradicionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, e promover o multilateralismo em um cenário global multipolar.
No entanto, especialistas alertam que o endividamento da Indonésia, atualmente próximo de 40% do PIB, pode tornar difícil cobrir o capital integralizado do NDB. Bhima Yudhistira, diretora do Centro de Estudos Econômicos e Jurídicos, aponta que o país deveria priorizar investimentos estrangeiros diretos de membros do BRICS, como a China, em vez de aumentar a dívida.
Muhammad Rizal Taufikurahman, do Instituto para o Desenvolvimento Econômico e Financeiro (Indef), ressalta que o sucesso dos projetos depende de governança, transparência e estudos de viabilidade, evitando estouros de orçamento, como ocorreu na construção da ferrovia de alta velocidade Jacarta-Bandung.
O NDB como ferramenta política e econômica
Além das questões financeiras, o NDB é visto como um instrumento político dos BRICS, podendo aumentar a influência da China em projetos estratégicos da Indonésia, incluindo mineração de níquel e infraestrutura. Autoridades locais defendem cautela, mantendo a política externa do país livre e ativa frente às rivalidades globais.
O banco, com capital inicial de US$ 100 bilhões, já aprovou US$ 39 bilhões em financiamento para 120 projetos em países-membros, consolidando-se como uma alternativa de financiamento para países em desenvolvimento.