Na quinta-feira, a Coreia do Sul confiscou um navio de carga de 2,9 mil toneladas próximo ao Estreito da Coreia, sob alegação de violar as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) contra a Coreia do Norte. As informações são da Newsweek.
O navio de bandeira estrangeira, que supostamente transportava carvão e minério de ferro com uma tripulação de dez pessoas, partiu da Rússia rumo à China, presumivelmente passando pela Coreia do Norte, quando foi interceptado. Segundo a Yonhap, uma agência de notícias sul-coreana, o navio atualmente está ancorado no porto de Busan, no sul do país, com a tripulação ainda a bordo.
“Diante da suspeita de violação das sanções do Conselho de Segurança da ONU pelo navio, as autoridades governamentais pertinentes estão tomando as medidas necessárias conforme as leis nacionais e internacionais”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em resposta a uma consulta da Yonhap sobre a embarcação, sem oferecer mais detalhes.

No final de março, sob circunstâncias similares, outro navio de carga de três mil toneladas, chamado DEYI, que seguia para Vladivostok, na Rússia, foi apreendido nas águas próximas a Yeosu, ao longo da costa sul.
Ouvido pela reportagem, Edward Howell, especialista em política externa da Coreia do Norte da Universidade de Oxford, disse que o navio apreendido provavelmente violou as Resoluções 1718 e 2397 do Conselho de Segurança da ONU. A Resolução 1718, de 2006, exige inspeções de todos os carregamentos de carga para e da Coreia do Norte, enquanto a Resolução 2397 proíbe o contrabando de minério de ferro e carvão para dentro e fora do país.
Em março, autoridades sul-coreanas investigaram um cargueiro sem bandeira apreendido sob suspeita de transportar carga da China para a Rússia, após passar pela Coreia do Norte. O navio, que teria visitado o porto de Nampo antes de seguir para a China, foi redirecionado para Busan pela guarda costeira sul-coreana para investigação sobre violações de sanções internacionais.
Desde 2006, o Conselho de Segurança impôs sanções à Coreia do Norte devido ao seu programa de armas nucleares. As sanções proíbem a exportação de equipamentos elétricos, carvão e alimentos, além de restringir a importação de petróleo e produtos petrolíferos refinados. Apesar das restrições, o país continua tentando contornar as medidas, frequentemente com o apoio de Beijing e Moscou.
Howell afirmou que é provável que esses esforços continuem, especialmente após a recente visita de Putin a Pyongyang que resultou em um acordo de defesa mútua, o que enfraquece o Conselho de Segurança da ONU na capacidade de restringir as violações de sanções pela Coreia do Norte e as ações de seus membros permanentes, China e Rússia.