OMS diz não ter dados suficientes para avaliar o risco de um surto de Covid na China

Agência de saúde da ONU também analisa um aumento de casos nos EUA e o risco oferecido pela subvariante Ômicron XBB.1.5

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou na terça-feira (11) que atua com a China para gerenciar os riscos de um possível aumento de infeções por Covid-19 no país. Porém, a agência diz que a falta de dados continua marcando a resposta nacional, conforme as pessoas viajam para as comemorações do Ano Novo Lunar, com início em 21 de janeiro.

A OMS ainda não tem informações suficientes para fazer uma avaliação completa dos perigos de um surto. Agências de notícias relatam um aumento de infectados após a suspensão da política de Zero Covid, que ocorreu em dezembro. Mas os números são imprecisos.

Na atuação entre as duas partes, um dos temas abordados é mitigar os riscos de viagens antes do feriado. No período anterior à crise, as festividades eram tidas como a maior migração anual de pessoas em nível global, algo que aumenta o temor de uma explosão de casos ainda pior que a atualmente registrada.

A líder técnica para doenças emergentes e zoonoses, Maria Van Kerkhove, disse haver algumas lacunas de informações muito importantes, que ela está trabalhando com a China para preencher.

Situação saiu de controle na China após afrouxamento das rígidas medidas sanitárias (Foto: WikiCommons)
Nova subvariante

Outra questão abordada foi um aumento nos casos dos Estados Unidos. A OMS prometeu publicar em breve uma avaliação de risco da subvariante Ômicron XBB.1.5.

Na semana passada, especialistas da comissão técnica sobre o vírus disseram que a maioria dessas sequências era observada em território norte-americano, com 82,2%. A seguir estavam o Reino Unido com 8,1% e a Dinamarca com 2,2%.

Para o grupo, as características genéticas e estimativas da taxa de crescimento inicial do XBB.1.5 faziam prever uma subida de casos, na sua maioria nos Estados Unidos.

Na coletiva, o diretor de emergências da OMS, Mike Ryan, elogiou a “transparência radical” do país com seus dados sobre a disseminação da variante.

Ele disse ainda que as medidas restritivas tomadas por alguns países para viajantes provenientes da China são compreensíveis, incluindo testes de Covid-19 e monitoramento de águas residuais. E explicou que não se podem comparar essas duas situações.

Cobertura universal de saúde

No início da sessão, o diretor-geral da OMS defendeu mais ajuda internacional para que se possa alcançar a estratégia da agência que estabelece três metas de apoio aos países em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Com as interrupções nos serviços de saúde durante a pandemia, estima-se que um total de 840 milhões ficaram sem acesso à cobertura universal de saúde, mais 110 milhões do que se previa até o final de 2023.

A meta global previa que, até o fim deste ano, mais um bilhão de pessoas tivessem cobertura universal de saúde, mais um bilhão com proteção melhorada para emergências e mais um bilhão com melhor saúde e bem-estar.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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