ONU insta Indonésia a proteger refugiados após multidão atacar grupo rohingya

Centenas de jovens invadiram o porão de um prédio e retiraram à força dezenas de rohingyas que ali estavam abrigados

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News

O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) cobrou medidas de prevenção por parte do governo da Indonésia após uma multidão atacar um grupo de refugiados em Banda Aceh na quarta-feira (27).

Centenas de jovens invadiram o porão de um prédio onde dezenas de refugiados rohingya estavam abrigados, segundo relatos da mídia.

Os rohingya são uma comunidade majoritariamente muçulmana que fugiu das ondas de perseguição em Mianmar, um país predominantemente budista. 

Quase um milhão deles vivem em campos de Bangladesh e mais de mil chegaram à Indonésia de barco nos últimos meses.

Deslocados do grupo rohingya em Mianmar (Foto: Foreign and Commonwealth Office/Flickr)
Chame por proteção

O Acnur emitiu um comunicado se dizendo “profundamente perturbado ao ver um ataque de uma multidão a um local que abriga famílias vulneráveis ​​de refugiados.”

A multidão rompeu o cordão policial e colocou à força 137 refugiados em dois caminhões e os transferiu para outro local na cidade, disse a agência, observando que o incidente deixou os refugiados chocados e traumatizados.

 “O Acnur continua profundamente preocupado com a segurança dos refugiados e apela às autoridades locais responsáveis ​​pela aplicação da lei para que tomem medidas urgentes para garantir a proteção de todos os indivíduos desesperados e do pessoal humanitário”, afirma o comunicado.

Campanha contra refugiados

O ataque “não foi um ato isolado, mas o resultado de uma campanha online coordenada de desinformação e discurso de ódio contra refugiados e uma tentativa de difamar os esforços da Indonésia para salvar vidas desesperadas em perigo no mar.”

O Acnur apelou ao público “para estar ciente da campanha online coordenada e bem coreografada nas plataformas de redes sociais, atacando autoridades, comunidades locais, refugiados e trabalhadores humanitários, incitando o ódio e colocando vidas em perigo.”

As pessoas são incentivadas a verificar informações postadas online, muitas das quais são “falsas ou distorcidas, com imagens geradas por IA (inteligência artificial) e discursos de ódio enviados de contas de bots (robôs)”.

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