Na sexta-feira (26), quando o barco contendo a delegação da Coreia do Sul atravessou as águas do rio Sena, em Paris, na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, os locutores oficiais do evento, tanto em inglês quanto em francês, a apresentaram como República Democrática Popular da Coreia. O problema é que, por mais incoerente que possa parecer, este é o nome oficial da autoritária Coreia do Norte, o que levou a organização do evento a pedir “profundas desculpas”, segundo a rede CNN.
Antes da manifestação dos organizadores dos Jogos, o Comitê Olímpico Internacional (COI), na pessoa de seu presidente Thomas Bach, já havia se desculpado, em ligação telefônica feita o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol, citando o nome correto da nação, República da Coreia.

“Nesta ligação telefônica, o presidente do COI se desculpou sinceramente pelo erro na transmissão de áudio da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024 na noite passada, na qual a equipe do Comitê Olímpico Nacional da República da Coreia (KSOC) foi identificada erroneamente”, disse Bach em comunicado publicado pelo site oficial do órgão. Ainda de acordo com o COI, a gafe foi identificada “como um erro humano, pelo qual o COI lamenta profundamente.”
A gafe histórica surge em um momento particularmente delicado da relação entre as duas Coreias. Em fevereiro do ano passado, Seul classificou Pyongyang como “inimiga” pela primeira vez em seis anos, ao divulgar seu “livro branco” de defesa. A ação surgiu após o Norte realizar um número recorde de testes de mísseis em 2022, incluindo ataques nucleares simulados contra o vizinho.
Diante de tal cenário, a Coreia do Sul passou a agir com mais firmeza, ao lado de EUA e Japão, para pressionar Pyongyang contra a proliferação de armas nucleares, instando-a a cooperar para manter a paz e a estabilidade na região. As negociações pela desnuclearização do país, porém, estão travadas desde 2019.
A Coreia do Norte quer que os EUA e aliados suspendam as sanções econômicas impostas a seu programa de armas, pelo que afasta todas as tentativas de aproximação diplomática provenientes do Ocidente.