A polícia de Xangai, na China, prendeu dezenas de pessoas que nos últimos dias foram às ruas da cidade vestindo fantasias em razão da chegada do Halloween, tradicionalmente celebrado no dia 31 de outubro. O governo chinês alega que no ano passado as roupas foram usadas transmitir mensagens de protestos contra o governo. As informações são da rede Radio Free Asia (RFA).
Imagens obtidas pela reportagem mostram dezenas de pessoas fantasiadas nas ruas de Xangai, desafiando a proibição. Outras tantas aparecem com roupas convencionais celebrando o desfile, quanto a polícia age para reprimir as manifestações de alegria.

A repressão acontece após jovens se reunirem nas ruas de Xangai em outubro de 2023 para celebrar o Halloween. Alguns deles usaram fantasias de Ursinho Pooh, personagem comparado ao presidente Xi Xinping, e de agentes sanitários da Covid-19, como uma crítica aos bloqueios impostos pelo governo durante a pandemia.
Enquanto as fantasias do ano passado eram vistas como uma forma relativamente segura de criticar as autoridades sem enfrentar problemas, os participantes deste ano foram devidamente alertados para o risco de conflitos com as autoridades da cidade.
Comunicado divulgado pela polícia e reproduzido até por empresários dizia que as pessoas deveriam, se solicitadas, retirar fantasias e maquiagens. caso contrário, estariam sujeitas a “coerção”. Mesmo decorações expostas em prédios foram vetadas neste ano, com as autoridades ordenando que edifícios removessem artigos como abóboras e morcegos.
Entre os que desafiaram a repressão havia um homem vestido de Jesus Cristo, dando de ombros inclusive para a dura repressão religiosa na China, e outro com as roupas de um imperador chinês. Havia ainda um fantasiado como “fantasma da pobreza”, carregando uma placa com recado claro ao governo chinês: “Não importa o que você tente, ainda não há dinheiro”.