Relatório dos EUA coloca China no topo do tráfico humano mundial

Departamento de Estado aponta que China, Irã, Rússia, Afeganistão, Cuba, Coreia do Norte e Belarus estão entre os principais líderes mundiais em práticas sistemáticas de exploração e abuso de direitos humanos

O Relatório de 2025 sobre Tráfico de Pessoas do Departamento de Estado dos EUA destacou que a China continua entre os principais países envolvidos em tráfico de pessoas e trabalho forçado. O documento, publicado no site do órgão norte-americano, aponta que o país aplica essas práticas principalmente contra minorias étnicas e religiosas, como os muçulmanos uigures em Xinjiang, região no noroeste da China.

Segundo o relatório, a China faz parte de uma lista de 13 países com uma “política ou padrão” de tráfico humano, trabalho forçado, escravidão sexual ou uso de crianças-soldado. Entre esses países estão Irã, Rússia, Afeganistão, Cuba, Coreia do Norte e Belarus.

Colheita de algodão em Xinjiang, na China (Foto: WikiCommons)

O documento afirma que aproximadamente 17,4 milhões de pessoas são submetidas a trabalho forçado na economia privada, em setores como agricultura, construção e manufatura. Além disso, cerca de 3,9 milhões de pessoas são forçadas a trabalhar por imposição estatal na China e em outros países. Essas práticas geram cerca de US$ 236 bilhões em receitas ilegais anualmente, conectando empresas legítimas e consumidores a violações de direitos humanos por meio de cadeias produtivas complexas.

O relatório também menciona que a China tem usado programas de “alívio da pobreza” como justificativa para práticas de trabalho forçado. Autoridades norte-americanas classificam tais ações como parte de um cenário de repressão sistemática contra minorias.

Para combater essas práticas, os Estados Unidos reforçaram a Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado Uigur (UFLPA, na sigla em inglês), que proíbe a importação de produtos fabricados com trabalho forçado em Xinjiang. Atualmente, a China possui 31 produtos listados pelo Departamento do Trabalho como produzidos com trabalho infantil ou forçado, sendo 21 deles relacionados à região de Xinjiang, o maior número entre todos os países avaliados.

O relatório do Departamento de Estado reúne informações de embaixadas, governos, organizações não governamentais e estudos acadêmicos, apresentando um panorama do tráfico de pessoas e propostas de combate ao problema.

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