O Superior Tribunal de Justiça indeferiu na última quarta (29) o pedido de habeas corpus feito pelos advogados do chinês Zheng Xiao Yun. O empresário foi preso no último dia 11, acusado de liderar quadrilha que roubou 15 mil testes do novo coronavírus.
Além dos testes, no valor aproximado de R$ 80 mil, foram apreendidos também cerca de dois milhões de equipamentos de proteção individual. Máscaras e trajes de proteção estavam entre os materiais. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo com o site G1, os produtos foram importados por uma empresa que presta serviços a hospitais brasileiros. Os testes roubados seriam revendidos por R$ 3 milhões.
Os itens, desviados do aeroporto de Guarulhos, estavam armazenados com armas, munições e cerca de R$ 25 mil. Os itens foram encontrados em uma casa na rua Cipriano Barata, no Ipiranga, zona sul de São Paulo. A informação é do site “O Antagonista“.

‘Cidadão do bem’, afirmou associação
O local pertence a Zheng, que adotou o prenome Marcos no Brasil, e é vice-presidente da Associação Chinesa do Brasil, que além de presidir a Associação Xangai no Brasil.
À Justiça, a Associação Chinesa emitiu declaração afirmando que o empresário era “cidadão do bem e contribuiu de forma significativa para estabelecer o laço de amizade entre Brasil e China”. O documento foi reproduzido pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Zheng, em depoimento, afirmou que não “participou de qualquer negociação envolvendo máscaras ou testes”.
Em 2003, o empresário chinês foi condenado por tentar entrar no país com relógios falsificados. O processo foi extinto após prescrição. Mais recentemente, intermediou encontros de investidores chineses com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em agosto de 2017.
Ainda em abril deste ano, logo após as prisões, circulou nas redes sociais uma montagem com fotos do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, afirmando tratar-se de Zheng. A informação foi desmentida pelo serviço de checagem Agência Lupa.