Investimentos entre China e EUA atingem mínima com atritos e pandemia

Auge do fluxo de capital entre os dois países ocorreu entre 2016 e 2017; chineses aguardam eleições norte-americanas

O fluxo de investimentos entre a China e os EUA atingiram o menor patamar em nove anos, de acordo com relatório do consórcio de empresas US-China Investment Project, divulgados nesta quinta (17).

Entre investimentos diretos e de capital de risco foram dos EUA à China US$ 5,43 bilhões, enquanto o capital chinês foi de US$ 5,53 bilhões. Os dados contemplam até a metade do ano.

O auge desse fluxo ocorreu entre 2016 e 2017, com uma média de US$ 30 bilhões por semestre.

Os norte-americanos cortaram os investimentos na China após o acirramento das tensões bilaterais. A pandemia também desempenhou papel relevante na diminuição, aponta o relatório.

Investimentos entre China e EUA atinge mínima em nove anos após atritos e pandemia
Pandemia e atritos bilaterais contiveram investimentos entre as potências globais (Foto: Public Domain Pictures)

Os setores que receberam os maiores aportes chineses foram o farmacêutico e o de saúde, que levaram cerca de metade do capital de risco investido nos Estados Unidos.

À luz da pandemia, as empresas de saúde representaram cinco das dez maiores transações em 2020. A maior queda do investimento ficou entre organizações em estágio inicial, as chamadas startups.

Para os responsáveis pela pesquisa, os chineses ainda não têm respondido de forma mais contundente – ou seja, retirando capital ou desistindo de investir – às pressões norte-americanas.

Até que o cenário eleitoral nos EUA seja definido pelas eleições presidenciais de 3 de novembro, espera-se que os investidores chineses segurem eventuais aportes. Por isso, a recuperação deve surgir apenas a partir de 2021.

Segundo o relatório, não houve – como esperavam políticos norte-americanos – uma megaoperação “agressiva” de compra de ativos nos EUA por parte de fundos chineses.

Ao contrário, a expectativa é a de que reguladores norte-americanos imponham desinvestimentos forçados, alegando potenciais temores de segurança nacional. É o caso da rede social Tik Tok, que negocia venda parcial à gigante de tecnologia californiana Oracle.

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