Covid ainda é emergência internacional, mas está em “ponto de transição”, diz OMS

Diretor da agência de saúde diz que espera neste ano uma redução das hospitalizações e das mortes "ao nível mais baixo possível "

A Covid-19 acaba de completar três anos como emergência de saúde pública de interesse internacional. Porém, conforme entra em seu quarto ano, a pandemia está “provavelmente em um ponto de transição”, segundo afirmou na segunda-feira (30) Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde).

“Continuamos esperançosos de que, no próximo ano, o mundo fará a transição para uma nova fase, na qual reduziremos as hospitalizações e mortes ao nível mais baixo possível”, disse Tedros após a reunião do Comitê de Emergência do coronavírus, que começou na última sexta-feira (28). “Os sistemas de saúde serão capazes de gerenciar o Covid-19 de maneira integrada e sustentável”, completou.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, maio de 2018 (Foto: UN Photo/Elma Okic)

Apesar da projeção otimista, com o mundo em uma “melhor posição” do que estava durante o pico de transmissões da variante Ômicron há um ano, a OMS alertou que mais de 170 mil mortes relacionadas à doença foram registradas nas últimas oito semanas.

A Covid foi declarada uma emergência de saúde pública de interesse internacional em janeiro de 2020. Trata-se do mais alto nível de alerta da OMS. Ao longo de toda a pandemia, 752,5 milhões de casos foram confirmados, com 6,8 milhões de mortes em todo o mundo.

Durante a reunião de seu Comitê de Emergência, a agência de saúde da ONU (Organização das Nações Unidas) destacou ainda seus maiores desafios no enfrentamento da doença atualmente. Entre eles, o fato de lutar não só contra a Covid, mas também contra os casos de influenza e de vírus sincicial respiratório (VSR). Isso em um cenário de “escassez de profissionais de saúde e profissionais de saúde cansados”.

Outra questão que compromete o combate ao coronavírus é a redução global da vigilância e do sequenciamento genético, o que dificulta a missão de rastrear variantes conhecidas e de detectar novas.

Há, porém, razões para acreditar que a situação vai melhorar neste ano. Foram administradas até agora 13,1 bilhões de doses de vacinas em todo o mundo, e cerca de 90% da população global tem algum tipo de imunidade. A OMS alerta que a doença não vai desaparecer, mas o combate a ela tende a ser mais eficaz.

“Há poucas dúvidas de que esse vírus continuará sendo um patógeno permanentemente estabelecido em humanos e animais no futuro previsível”, disse a OMS.

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