Segundo a OMS, vacinar crianças contra a Covid-19 ainda depende de muitos estudos

Representante da agência pede urgência na vacinação de adolescentes com doenças associadas, mas diz que ainda é arriscado imunizar crianças

A OMS (Organização Mundial da Saúde) fez dois alertas referentes ao novo coronavírus entre crianças e adolescentes. Por um lado, a entidade alertou que adolescentes com doenças associadas precisam ser vacinados com urgência, uma vez que têm maior risco de desenvolverem formas mais severas de Covid-19. Paralelamente, disse que ainda é preciso esperar para iniciar a vacinação das crianças

Mariângela Simão, diretora-geral assistente para Medicamentos e Vacinação da OMS, explica que duas vacinas já foram aprovadas e podem ser aplicadas nos adolescentes: as produzidas pela Pfizer-BioNtech e pela Moderna. No caso das crianças, ainda são necessários mais testes para saber se os imunizantes são eficientes e seguros. 

Crianças de máscara em outubro de 2020: vacinação infantil ainda depende de testes (Foto: Kelly Sikkema/Unplash)

“Qualquer estudo clínico para colocar um medicamento ou uma vacina no mercado, em geral, não é feito primeiro com criança. É feito com adultos primeiro, deixando crianças, adolescentes e mulheres grávidas para mais tarde”, explicou ela.

No caso específico da Covid-19, mesmo a eficácia das vacinas ainda não é certa. “É preciso levar com cuidado, principalmente por questão de segurança. A relação de benefício em aplicar a vacina nas crianças ainda não está comprovada. Então, você precisa ter mais dados, precisa ter mais estudos sobre a segurança dessas vacinas na faixa etária menor. Teremos que esperar um pouco”. 

Mariângela Simão, que é também pediatra, explicou que, às vezes, pode demorar anos para ser comprovada a relação entre segurança e eficácia de vacinas ou de medicamentos em crianças. 

Por outro lado, a representante da OMS voltou a afirmar que as crianças e os adolescentes têm um menor risco de complicações severas pela Covid-19.  

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News 

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