A capital da Ucrânia foi alvo de bombardeios nesta quarta-feira (31/07), após uma série de ataques coordenados da Rússia com mísseis e drones que deixaram pelo menos 16 mortos – incluindo duas crianças – e mais de 100 feridos, segundo autoridades locais. O número de vítimas pode aumentar, já que dezenas permanecem hospitalizadas e equipes de resgate seguem escavando os escombros de prédios destruídos. As informações são da agência Reuters.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirma que os ataques ocorreram em 27 locais diferentes de Kiev e atingiram alvos civis como escolas, hospitais, creches e edifícios residenciais. O presidente classificou a ofensiva como “deliberadamente calculada para sobrecarregar o sistema de defesa aérea” e declarou: “Hoje, o mundo viu mais uma vez a resposta da Rússia ao nosso desejo de paz… Portanto, paz sem força é impossível”.

Entre os feridos estão ao menos 16 crianças, incluindo um bebê de cinco meses. Trata-se do maior número de crianças feridas em um único ataque à capital desde o início da invasão em grande escala, em fevereiro de 2022. Diante da tragédia, as autoridades de Kiev decretaram um dia de luto hoje (01/08).
A Rússia afirmou que seus alvos eram depósitos de munição e instalações militares ligadas ao complexo industrial de defesa da Ucrânia. No entanto, imagens divulgadas pela Reuters mostram edifícios civis em chamas, como o de um bairro no distrito de Solomyanskiy – uma das áreas mais movimentadas da cidade. Na cidade de Kramatorsk, na região de Donetsk, um novo ataque russo matou ao menos uma pessoa e deixou outras 11 feridas, segundo o governador local Vadym Filashkin. A região continua sendo uma das linhas de frente mais intensas da guerra.
A guerra na Ucrânia completará três anos e meio em agosto, sem sinais de trégua, apesar de rodadas de negociação em Istambul e pressões internacionais crescentes. Segundo o Índice Global de Terrorismo de 2025, 13.341 civis ucranianos foram mortos e 32.744 ficaram feridos desde o início da invasão russa – a maioria em áreas longe da linha de frente, como os ataques desta semana demonstram. A ONU estima de 6 a 8 milhões de pessoas deslocadas internamente.