Houthis afirmam ter capturado embarcação de empresário israelense no Mar Vermelho

Grupo rebelde iemenita declarou seu compromisso em continuar capturando navios israelenses até que os ataques à Faixa de Gaza sejam interrompidos

No domingo (19), o grupo rebelde Houthi, associado ao Irã, anunciou a captura de um navio de carga israelense no Mar Vermelho, conduzindo-o para a costa iemenita. O porta-voz militar dos insurgentes, Yahya Saree, afirmou que a operação foi coordenada pela Marinha do Iêmen, sem fornecer detalhes adicionais sobre a embarcação ou sua tripulação. As informações são da agência Al Jazeera.

Saree emitiu um alerta declarando que todos os navios ligados a Israel ou que mantêm relações com o país agora são considerados “alvos legítimos” para as forças do grupo. Ele especificou que as operações Houthi visam exclusivamente as embarcações israelenses e aquelas de propriedade de israelenses.

O porta-voz também enfatizou que o grupo continuará suas operações militares contra Israel até que a agressão contra a Faixa de Gaza seja interrompida. E fez um apelo aos países com cidadãos trabalhando no Mar Vermelho, solicitando que “evitem qualquer envolvimento com navios israelenses ou de propriedade israelense”.

Os Houthis, também conhecidos como Ansar Allah (Partidários de Deus), são um grupo rebelde armado baseado no Iêmen (Foto: WikiCommons)

Ainda no domingo, Israel confirmou que os Houthis sequestraram o Galaxy Leader, um navio de carga internacional no Mar Vermelho de propriedade de propriedade britânica e operado por japoneses, declarando que não havia cidadãos israelenses a bordo.

Os registros públicos de transporte marítimo mostram que o navio está ligado à Ray Car Carriers, empresa fundada por Abraham “Rami” Ungar, uma das pessoas mais ricas de Israel.

O comunicado acrescentou que os 25 tripulantes são de diversas nacionalidades, incluindo ucranianos, búlgaros, filipinos e mexicanos, estão a bordo.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, emitiu um comunicado veemente condenando o que chamou de “ataque iraniano” contra a embarcação de propriedade britânica e operada por uma empresa japonesa, destacando que a ação foi orientada pelo Irã.

Por que isso importa?

Os Houthis têm estado envolvidos em conflitos armados no Iêmen, incluindo confrontos com o governo central e outros grupos rebeldes. Uma das principais fontes de tensão tem sido a marginalização percebida dos houthis no cenário político e econômico do Iêmen. Em 2014, os insurgentes capturaram a capital iemenita, Sanaa, e outras áreas, levando a um conflito mais amplo que envolve intervenção militar de países vizinhos.

Além das tensões locais, os Houthis são frequentemente associados ao Irã, que é predominantemente xiita, alimentando a preocupação de uma possível influência iraniana na região. No entanto, os rebeldes também têm motivações locais e uma agenda própria no contexto iemenita.

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