Alemanha vai interromper envio de ajuda financeira à Ucrânia, segundo jornal

Verba já aprovada será mantida, mas novos pedidos não serão autorizados, em meio à austeridade financeira adotada por Berlim

O planejamento orçamentário do governo alemão para os próximos anos prevê uma redução drástica na ajuda financeira à Ucrânia, reflexo da política de austeridade adotada em Berlim. A revelação foi feita com exclusividade pelo jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), que teve acesso a trocas de e-mails entre autoridades estatais e outros documentos.

O envio de ajuda financeira a Kiev já aprovado será mantido, mas novos pedidos não serão autorizados, pedido feito pelo chanceler Olaf Scholz com o aval da coalizão governista que o colocou no poder. A determinação foi transmitida inclusive ao ministro da Defesa Boris Pistorius em carta datada de 5 de agosto.

Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, em imagem de fevereiro de 2022 (Foto: WikiCommons)

De acordo com o FAZ, em 2025 a ajuda financeira prevista cairá para cerca da metade dos valores que vinham sendo enviados, e em 2027 será reduzida ainda mais, atingindo aproximadamente um décimo do montante atual.

Como reflexo dessa nova política, um sistema de defesa antiaérea modelo IRIS-T solicitado por Kiev não foi liberado. A empresa Diehl Defense estava pronta para fazer a entrega, após outro comprador abdicar do negócio em benefício da Ucrânia. O pagamento, no entanto, foi bloqueado por Berlim.

Para compensar a redução do financiamento, o governo alemão pretende colocar a mão nos ativos congelados da Rússia. As nações ocidentais confiscaram cerca de US$ 300 bilhões desde a invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022, e os membros do G7 decidiram que esse dinheiro será usado para a reconstrução do país destruído pela guerra.

Essa verba, entretanto, ainda não está disponível, e ninguém sabe quando estará, por se tratar de uma questão jurídica controversa. Na Alemanha, há quem mantenha o otimismo a respeito do envio do dinheiro russo a Kiev, mas os responsáveis pela análise judicial do caso pensam diferente.

Tags: