Após plano de assassinato frustrado, Volodymyr Zelensky demite seu chefe de segurança

Kiev prendeu dois coronéis do serviço de proteção ao governo acusados de participar de uma trama coordenada por Moscou

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta sexta-feira (10) a demissão de Serhiy Rud, chefe do Serviço de Guarda do Estado (UDO), que é responsável pela proteção do chefe de Estado. A decisão foi tomada dias depois de Kiev anunciar que frustrou um plano para matar o líder nacional e outras figuras do governo. As informações são da rede CNN.

Sem justificar a demissão, o governo apenas afirmou que Rud será substituído, com um sucessor ainda a ser divulgado. Ele era os segurança pessoal de Zelensky e liderava a equipe que protegia também outros importantes funcionários estatais, bem como os edifícios administrativos do governo da Ucrânia.

O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky (Foto: Governo da Ucrânia/Divulgação)

Embora Kiev não tenha afirmado claramente, é inevitável associar a demissão do chefe do UDO ao plano para assassinar Zelensky. Dois coronéis do órgão, que teriam sido cooptados por Moscou para colaborar com a trama, foram presos. Segundo Kiev a missão deles era capturar e matar o presidente, dada a atuação próxima que tinham.

Além do presidente, ao menos outras duas autoridades estatais estariam na mira de Moscou na trama: o chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo Budanov, e o chefe do SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia), Vasyl Malyuk. O objetivo era eliminar o primeiro alvo, Budanov, até 5 de maio, dia da Páscoa ortodoxa.

Ao revelar a trama, o SBU diz que conseguiu identificar três indivíduos que servem à inteligência russa e teriam participado do esquema, mas revelou apenas os nomes de dois: Dmytro Perlin, que recrutava informantes desde antes da invasão russa, em fevereiro de 2022, e Oleksiy Kornev, que se reuniu com um dos coronéis detidos em “Estados europeus vizinhos”.

Tentativas de assassinato frequentes

Em 2022, Zelensky afirmou que já havia tomado conhecimento de dez tentativas de assassinato contra ele, segundo a rede Deutsche Welle (DW). Mais recentemente, a vida do chefe de Estado esteve em risco mais uma vez, já com a guerra em andamento.

No dia 6 de março, mísseis russos atingiram a cidade ucraniana de Odessa no exato momento em que Zelensky se preparava para receber o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis. Não está claro se o alvo era o especificamente presidente ucraniano, mas o bombardeio ocorreu perto de onde estavam as delegações das duas autoridades.

Na ocasião, o jornal Proto Thema afirmou que o ataque ocorreu quando a comitiva grega se dirigia ao porto de Odessa para o encontro com Zelensky, reunião que vinha sendo mantida em sigilo justamente por questões de segurança. Disse ainda que o ataque pareceu direcionado ao líder ucraniano, que “estava a 150 metros da delegação grega liderada pelo primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.”

Moscou não negou a autoria, mas argumentou que as Forças Armadas “lançaram um ataque com mísseis de alta precisão contra um hangar no distrito portuário industrial da cidade de Odessa, que foi usado pelas Forças Armadas da Ucrânia para preparar barcos não tripulados para o combate. O objetivo do ataque foi alcançado. A instalação foi atingida”, segundo relatou a agência estatal Tass.

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