Uma das consequências do Brexit foi a fuga de cérebros rumo aos países da UE (União Europeia), concluiu um estudo feito em parceria entre a Universidade de Oxford e um consórcio de institutos alemães.
A emigração do Reino Unido ao continente subiu 30% desde o referendo que sacramentou a saída dos britânicos da UE. Já nos outros países que integram a região, o fluxo de pessoas cruzando fronteiras de forma permanente se manteve estável.
O chamado brain drain (do inglês “dreno de cérebro”) é vantajoso para os outros países. Os britânicos têm, na média, as melhores qualificações e os mais altos salários. Os que deixam a ilha são, na média, profissionais de alto nível, segundo a pesquisa.
Em busca da cidadania
Disparou também o número de britânicos que querem tornar-se cidadãos do país que lhes acolheu: a alta foi de 500%. Na Alemanha, maior economia do bloco, as solicitações de naturalização aumentaram 2.000% desde o Brexit.
“Esses aumentos são de uma magnitude esperava por um país lançado a uma grande crise econômica ou política”, afirmou um dos autores do estudo, o doutor em administração pública alemão Daniel Auer, ao jornal britânico “The Guardian“.
Em toda a UE, vivem cerca de 1,2 milhão de nascidos no Reino Unido. Cerca de 10% vivem na Alemanha – até o final de 2020, espera-se que metade desses 120 mil já tenham o passaporte germânico em mãos.
Em 2019, apenas os turcos obtiveram um número maior de naturalizações na Alemanha.
Para compor esse cenário, os pesquisadores usaram estatísticas oficiais do Reino Unido e da União Europeia. Também conduziram entrevistas com expatriados que deixaram a ilha para viver na Alemanha.
A coleta para a pesquisa foi feita usando bases de dados disponíveis até 15 de outubro de 2019.