Um casal que se declarou anarquista foi condenado a prisão pela Justiça da Rússia por protestar com uma faixa contendo dizeres que comparavam os serviços de segurança do país a terroristas. A informação foi apurada pelo veículo independente The Moscow Times após uma publicação no Twitter feita pelo ativista de direitos humanos e advogado Pavel Chikov.
♦️В Челябинске двоих анархистов – Дмитрия Цибуковского и его супругу Анастасию Сафонову – приговорили к реальным срокам по делу о баннере «ФСБ — главный террорист». Суд назначил 2,5 и 2 года общего режима, соответственно. Оба взяты под стражу. Статья – хулиганство группой лиц
— Pavel Chikov (@pchikov) September 10, 2021
Dmitry Tsibukovsky e a mulher dele, Anastasia Safonova, foram detidos em 2018 após pendurarem um banner no qual estava escrito “a FSB é o principal terrorista” na cerca da sede da FSB (Agência de Segurança Federal russa, da sigla em inglês), órgão sucessor da KGB soviética, na cidade de Chelyabinsk.
O ato foi uma manifestação de apoio a membros do grupo ativista antifascista Set (“Rede”, em tradução literal) presos sob acusações de terrorismo, fato rejeitado por grupos de direitos humanos do país que consideram as denúncias como sendo “fabricadas”.
Ambos foram culpados por crime de vandalismo, com o tribunal justificando a decisão baseada em violações de “ódio político” e “inimizade”. Segundo Chikov, citando informações da defesa do casal, Tsibukovsky foi sentenciado a dois anos e meio de prisão, enquanto Safonova pegou dois anos.
Os promotores haviam solicitado penas de seis anos para ambos os ativistas. Chikov disse que os advogados irão apelar da decisão.
Em 2018, Tsibukovsky declarou ao projeto de mídia de direitos humanos independente OVD-Info, que visa ao combate da perseguição política na Rússia, que teria sido espancado e torturado no prédio da FSB onde ele e sua mulher praticaram o ato de protesto.
“No processo, eles explicaram que queriam me ouvir confessar que pendurei a faixa no prédio da FSB”, disse ele.
O caso já havia sido arquivado duas vezes por falta de provas, mas foi retomado.