Cidadania francesa horas após Brexit é ‘casualidade’, diz pai de Boris Johnson

O pai do premiê da Grã-Bretanha, Boris Johnson, evitou discordar do Brexit, mas defendeu a permanência na UE em 2016

O encaminhamento do pedido de cidadania francesa de Stanley Johnson – pai do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson – no dia 30 e horas antes da efetivação do Brexit, não passa de “mera casualidade”, disse o ex-parlamentar em entrevista à emissora RTE no sábado (2).

Segundo Johnson, o objetivo é recuperar os laços familiares maternos franceses. “Não se trata de me tornar francês, mas de recuperar o que já tenho”, afirmou. Segundo ele, sua mãe e seus avós nasceram na França.

A decisão chamou atenção pelo timing, tão próximo do Brexit – processo que se prolongou por quatro anos até o Reino Unido deixar oficialmente o mercado único e a união aduaneira da União Europeia sob a batuta e apoio de seu filho, hoje primeiro-ministro.

Cidadania francesa em meio a Brexit é mera 'casualidade', diz Stanley Johnson
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e seu pai e ex-parlamentar Stanley Johnson, em Londres, 2017 (Foto: WikiCommons)

Em entrevista à BBC, Stanley Johnson insistiu que o Brexit não marcará o fim da “identidade europeia” para o povo inglês. “Serei sempre europeu, isso é certo. A Europa é mais que um mercado comum, é mais que a UE”, afirmou.

“Passamos por um processo democrático que preferiu deixar a UE. Talvez, só talvez, não tenha sido uma boa escolha. Mas eu não vou dizer isso”, afirmou ao ser questionado sobre a decisão do filho.

Em 2016, o político aposentado de 80 anos votou para que a Grã-Bretanha permanecesse na UE. Com o fim do período de transição, o Brexit culmina no fim da livre circulação sem visto entre o Reino Unido e os países do bloco europeu.

Além disso, ficam estabelecidos vistos para o trabalho e novos controles de segurança na anfândega das importações e exportações de mercadorias.


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