Na quinta-feira (23), o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) foi expulso do grupo Identidade e Democracia (ID), uma coalizão de extrema direita no Parlamento Europeu. A decisão veio depois que Maximilian Krah, principal candidato da sigla nas próximas eleições parlamentares europeias, fez declarações controversas a um jornal italiano, afirmando que os membros da SS nazista, que desempenhou um papel importante no Holocausto, “não eram todos criminosos”. As informações são da rede CNN.
A exclusão foi anunciada pelo próprio ID, que declarou que “não deseja mais ser associado a esses incidentes”.
Apesar da expulsão, os líderes da AfD, Alice Weidel e Tino Chrupalla, mantiveram o otimismo em relação às próximas eleições. No entanto, o apoio à sigla caiu cerca de oito pontos percentuais neste ano, em parte devido a preocupações sobre seus laços com a China e a Rússia, além de relatos de discussões sobre a deportação de alemães sem etnia do país.
Krah foi impedido de fazer aparições públicas pelo seu partido após comentários controversos sobre os soldados SS nazistas em uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica. O político afirmou que, dos 900 mil homens da SS, muitos eram agricultores e “nem todos eram automaticamente criminosos só por usarem o uniforme da SS”.
A SS, ou Schutzstaffel, foi uma organização paramilitar nazista na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Foi responsável por implementar políticas de terror, controle e repressão, além de participar ativamente nos crimes contra a humanidade durante o regime nazista, incluindo o Holocausto. Seus membros eram frequentemente associados a atrocidades e crimes de guerra.
Marine Le Pen, líder do partido de extrema direita National Rassemblement (RN) na França, reagiu ao incidente, e anunciou que não continuará no mesmo grupo parlamentar que a AfD após as eleições do próximo mês.
A AfD afirmou na quarta-feira (22) que os comentários controversos de Krah causaram “danos significativos” ao partido durante a campanha eleitoral, o que levou o candidato a assumir total responsabilidade por suas ações e renunciar imediatamente ao conselho executivo federal do partido.