Coalizão de extrema direita no Parlamento Europeu expulsa partido alemão após referência ao nazismo 

A decisão de expulsar o principal candidato da AfD nas próximas eleições parlamentares europeias foi motivada por declarações controversas que sugeriam que os membros da SS nazista não eram todos criminosos

Na quinta-feira (23), o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) foi expulso do grupo Identidade e Democracia (ID), uma coalizão de extrema direita no Parlamento Europeu. A decisão veio depois que Maximilian Krah, principal candidato da sigla nas próximas eleições parlamentares europeias, fez declarações controversas a um jornal italiano, afirmando que os membros da SS nazista, que desempenhou um papel importante no Holocausto, “não eram todos criminosos”. As informações são da rede CNN.

A exclusão foi anunciada pelo próprio ID, que declarou que “não deseja mais ser associado a esses incidentes”.

Apesar da expulsão, os líderes da AfD, Alice Weidel e Tino Chrupalla, mantiveram o otimismo em relação às próximas eleições. No entanto, o apoio à sigla caiu cerca de oito pontos percentuais neste ano, em parte devido a preocupações sobre seus laços com a China e a Rússia, além de relatos de discussões sobre a deportação de alemães sem etnia do país.

Sessão em andamento no Parlamento Europeu em fevereiro de 2020 (Foto: Divulgação/European Union/EP)

Krah foi impedido de fazer aparições públicas pelo seu partido após comentários controversos sobre os soldados SS nazistas em uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica. O político afirmou que, dos 900 mil homens da SS, muitos eram agricultores e “nem todos eram automaticamente criminosos só por usarem o uniforme da SS”.

A SS, ou Schutzstaffel, foi uma organização paramilitar nazista na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Foi responsável por implementar políticas de terror, controle e repressão, além de participar ativamente nos crimes contra a humanidade durante o regime nazista, incluindo o Holocausto. Seus membros eram frequentemente associados a atrocidades e crimes de guerra.

Marine Le Pen, líder do partido de extrema direita National Rassemblement (RN) na França, reagiu ao incidente, e anunciou que não continuará no mesmo grupo parlamentar que a AfD após as eleições do próximo mês.

A AfD afirmou na quarta-feira (22) que os comentários controversos de Krah causaram “danos significativos” ao partido durante a campanha eleitoral, o que levou o candidato a assumir total responsabilidade por suas ações e renunciar imediatamente ao conselho executivo federal do partido.

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