Com desemprego em baixa, Portugal destaca inclusão de estrangeiros no mercado de trabalho

Taxa de desemprego no país europeu, de 6,6%, é o segundo valor mais baixo desde 2011 e ficou abaixo da projeção feita pelo governo

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

A ministra portuguesa do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, participou da 62ª Sessão da Comissão para o Desenvolvimento Social da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York. Falando à ONU News, a representante destacou haver espaço no seu país para implementar novas formas de trabalho e partilhar competências com nações lusófonas. Portugal teve a segunda taxa anual mais baixa de desemprego dos últimos 12 anos. 

“Nós tínhamos previsto 6,7% de taxa desemprego e ficou em 6,6% de taxa de desemprego. É particularmente relevante num contexto em que temos uma incerteza internacional a acontecer. Mas que o emprego em Portugal tem sido praticamente um grande motor de resistência, mas também de crescimento da economia. É particularmente interessante olhar para os números, porque não é só a taxa de desemprego, historicamente, como estamos com o recorde do número de pessoas a trabalhar em Portugal”, disse Godinho.

Ao ressaltar o aumento de trabalhadores estrangeiros para um máximo histórico, a ministra destacou a esperança de novo impulso em formas de cooperação em favor de talentos no espaço lusófono.

“Nós, em 2023, ultrapassamos pela primeira vez os cinco milhões de trabalhadores em Portugal a trabalhar. Isso significa mais 1,2 milhão de pessoas do que tínhamos há oito anos e com um forte contributo nomeadamente de estrangeiros. Nós olhamos para a evolução dos estrangeiros a trabalhar em Portugal. Passamos de cerca de 150 mil trabalhadores estrangeiros a trabalhar, e a fazerem parte formalmente da segurança social, para cerca de 720 mil trabalhadores em 2023″, disse a ministra.

Godinho prosseguiu: “Destes 720 mil trabalhadores, para percebermos um bocadinho aqui a dimensão, cerca de 300 mil são oriundos da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP). Isto mostra bem a ligação entre os países e a grande oportunidade de circulação de talentos. O talento é o maior ativo da língua portuguesa.”

No evento, a representante destacou que nações lusófonas têm a capacidade de ser o exemplo de parcerias de Cooperação Norte-Sul para investimento numa formação orientada para áreas inovadoras promovendo a circulação de talentos.

Parcerias com países lusófonos

Ana Medes Godinho participou recentemente no lançamento do Acelerador Global das Nações Unidas sobre o Trabalho e Proteção Social em Cabo Verde

Movimentação na região central de Lisboa, Portugal, em fevereiro de 2012 (Foto: Divulgação/Pedro Szekely)

Ela destacou que a parceria de investimento na formação é essencial para nações como Portugal, onde a digitalização, o turismo, a transição ambiental, a tecnologia e a construção civil são áreas prioritárias, tal como em Cabo Verde.

“Estamos a fazer uma parceria neste centro de excelência que está a acontecer em Cabo Verde, no fundo assumindo que é assim que os dois países ganham e que isso tem a ver com o nosso objetivo de alargar este tipo de cooperação aos vários países da CPLP. Aliás, já estamos neste momento com parcerias na formação nomeadamente com Moçambique e em Timor-Leste, procurando trabalhar e identificar com cada um dos países as áreas-chave que cada um considera nesta parceria conjunta”, disse a autoridade.

Portugal vê o tipo de parceria como foco para debates na Cúpula Social a ser realizada em 2025, promovendo “formas diferentes de olhar para a cooperação com maior inclusão” de estrangeiros.

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