Desaparecida há nove meses, jornalista ucraniana está ‘em cativeiro’ na Rússia

Victoria Roshchyna não dava notícias desde agosto, quando tentou entrar em uma região da Ucrânia ocupada pelas forças russas

A jornalista ucraniana Victoria Roshchyna, que estava desaparecida há nove meses, está “em cativeiro” na Rússia. A informação foi divulgada pela União Nacional dos Jornalistas da Ucrânia (UNJU) e reproduzida pelo jornal The Moscow Times. Uma carta do Ministério da Defesa russo foi enviada ao pai dela, revelando enfim o paradeiro da profissional de imprensa.

“De acordo com as informações disponíveis, Victoria Roshchyna, nascida em 6 de outubro de 1996, foi detida e encontra-se atualmente no território da federação russa”, diz a carta redigida por Moscou em 17 de abril e recebida pelo pai da jornalista no dia 22 do mesmo mês.

A UNJU afirma que, quando ela desapareceu, familiares entraram em contato com as autoridades ucranianas em busca de informações. Kiev, então, contatou Moscou e não recebeu resposta, concluindo que nenhum processo criminal havia sido aberto formalmente contra ela.

Victoria Roshchyna, jornalista ucraniana presa na Rússia (Foto: reprodução/X)

Após a carta enviada pelo Ministério da Defesa da Rússia, o órgão do governo ucraniano que lida com prisioneiros de guerra também se manifestou, dizendo que Roshchyna está atualmente “em cativeiro”, mesma expressão usada pela UNJU para descrever a condição da jornalista.

Em outubro do ano passado, o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) relatou o sumiço de Roshchyna dizendo que ela havia ingressado em território ucraniano ocupado pelas forças russas. Ela atuava como freelancer e planejava escrever reportagens sobre a guerra quando desapareceu.

Sevgil Musaieva, editor-chefe do site Ukrainska Pravda, um dos veículos aos quais ela costumava prestar seus serviços, disse na oportunidade que a jornalista o contatou oferecendo algumas pautas e sumiu logo na sequência.

“Infelizmente, não sabíamos para onde ela foi, como cruzou a fronteira com a Rússia ou onde teve contato pela última vez”, disse Musaieva na ocasião.

Roshchyna já havia sido detida pelo governo russo anteriormente, em 2022, quando o FSB (Serviço federal de Segurança) a acusou de espionagem. Foi interrogada e solta dez dias depois, após gravar uma declaração em vídeo alegando não ter qualquer reclamação contra as autoridades da Rússia.

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